O emprego na construção civil cresceu 0,87% em março, terceiro mês consecutivo de criação de vagas no país, segundo levantamento do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da FGV Projetos. Apesar do saldo positivo, o estoque de vagas formais ainda está com cerca de 70 mil postos a menos que o nível de emprego registrado antes do aprofundamento da crise.
Em todo o Brasil, foram criadas 18.341 vagas com carteira assinada na construção civil no mês de março. O saldo do emprego registrou uma abertura de 36.733 vagas no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma alta de 1,76% sobre o último trimestre do ano passado. No final de março, o setor empregava 2,12 milhões de pessoas no país, segundo o SindusCon-SP.
Para o Eduardo Zaidan, diretor de Economia do SindusCon-SP, o crescimento no volume de emprego no setor registrado no primeiro trimestre é um efeito sazonal e não um sinal de recuperação da construção civil.
De acordo com Zaidan, a mão-de-obra contratada hoje não reflete um aquecimento do setor, mas a continuidade de projetos que já estavam em andamento antes de a crise econômica internacional atingir o Brasil.
A má notícia é que, apesar do saldo positivo de emprego no setor, o segmento de preparação de terrenos teve redução no número de vagas formais no mês em São Paulo.
"Se cai a preparação de terreno hoje é porque não vai ter obra amanhã."
Como o número de contratos novos de empreendimentos caiu drasticamente a partir do último trimestre do ano passado, a expectativa do economista é de uma diminuição no volume de vagas de trabalho na construção civil no segundo semestre do ano.
"Existe um hiato entre as contratações de empreendimentos e a construção deles. E ele vai se refletir em uma redução no nível de emprego mais adiante", afirma.
Zaidan ressalta que as contratações de obras já estão voltando a se aquecer, mas em uma velocidade menor que a do ano passado.
Para que o setor não perca postos de trabalho no segundo semestre do ano, será necessário que o governo dê um maior incentivo ao investimento, afirma Zaidan.
O emprego na construção civil, segundo ele, só vai se manter no segundo semestre "se os juros baixarem mais, se houver uma recuperação dos investimentos, se o programa Minha Casa, Minha Vida [pacote habitacional do governo federal] tomar velocidade e se a arrecadação crescer".

BATE-BOLA

Mauro Holzmann, ex-diretor de marketing do Atlético Paranaense, foi contratado pela agência de marketing esportivo Traffic Sports para tocar o novo projeto da empresa, que está em processo de expansão. A Traffic começa agora a atuar na área de comercialização de direitos e propriedades de estádios. A primeira parceria foi fechada com a WTorre, para comercializar as propriedades de marketing e de acomodação do novo estádio do Palmeiras. Segundo Holzmann, a Traffic já está sendo procurada por construtoras envolvidas em projetos de estádios para a Copa de 2014. Holzmann foi um dos principais responsáveis pelo desempenho comercial da Kyocera Arena, o estádio do Atlético Paranaense.

INFANTIL

O Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, será inaugurado no início de 2010 com investimentos de R$ 85 milhões. Com 17 andares e capacidade para atender 130 mil pacientes por ano, o hospital terá sete salas cirúrgicas que devem possibilitar a realização de 6.000 cirurgias anualmente. A construção conta com recursos do Pátria Investimentos, que possui fundo imobiliário para aplicações em imóveis, mas na área de saúde o modelo é incomum, segundo José Luiz Setúbal, presidente do hospital.

SALÁRIO
Em 2008, os salários dos executivos no Brasil alcançaram o pico de valorização em relação ao dólar e tiveram ganho real médio em reais de 3,5% além do IPC, segundo estudo com 72 empresas, realizado pela Boyden do Brasil -agência de recrutamento de altos executivos. As mudanças ocorridas nos pacotes de remuneração executiva em 2008 apontam tendência de melhoria nos programas de benefícios e na remuneração variável.

ÁREA NOBRE
A feira Brasil Offshore 2009, que será realizada em Macaé (RJ) de 16 a 19 de junho, teve cancelamento de participação equivalente a 700 m2, principalmente por multinacionais, por conta da crise. Esse espaço foi ocupado por outras empresas e ampliado em 15%. "É difícil conseguir uma área nobre na feira. A crise foi uma boa oportunidade para entrar", disse Eric Henderson, diretor da Brasil Offshore.

Juro fechará 2009 em 8,25%, diz Credit Suisse

O Credit Suisse mantém a expectativa de que o juro básico encerrará 2009 em 8,25% ao ano, apesar da desaceleração no corte da taxa na última reunião do Copom. Para o Credit, mesmo com a retomada da atividade econômica, o risco de a inflação se agravar ainda é baixo.
"Entendemos que um corte significativo dos juros não deterioraria o cenário favorável para a inflação de forma significativa", afirma o Credit.
O banco projeta dois cortes de um ponto percentual na Selic nas reuniões do Copom de junho e julho. Um corte de 0,5 ponto percentual no juro em julho não está descartado pelo Credit caso ocorra uma recuperação mais consistente da economia.