|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Semana tem PIB, ata do BC e inflação nos EUA
Documento do Copom pode mudar projeções do mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais do que o resultado do
PIB (Produto Interno Bruto)
do primeiro trimestre, que será
anunciado pelo IBGE na quarta, o mercado financeiro aguarda com ansiedade a quinta-feira, quando o Banco Central divulgará a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu reduzir, por
cinco votos a dois, os juros de
12,5% para 12% ao ano.
Além das projeções de aumento nos preços administrados, os investidores querem saber se os dois diretores que
"mudaram de lado" -na reunião anterior, o placar pelo corte de 0,5 ponto ficou em três a
quatro- estão mais confiantes
em que a demanda aquecida
não implique aumento da inflação. Outra dúvida é se o cenário
externo, até a quarta-feira benigno, pesou mais na decisão
do que as projeções de inflação.
"A ata vai mostrar o cenário
prospectivo e dará uma indicação para o futuro da inflação.
Será uma ata parecida com a última. Dirá o quanto os dois
membros que votaram por um
corte de 0,25 ponto estão preocupados com a demanda aquecida", diz Flavio Serrano, economista da López León.
"A ata tem o potencial de modificar as projeções do mercado. No comunicado, o BC deixou claro que pode abandonar a
qualquer momento o corte de
0,5 ponto e voltar a reduzir o juro em 0,25. A ata vai dar o tom
para a próxima reunião", diz
André Ng, da Infinity Asset.
Inflação americana
Nos Estados Unidos, os indicadores mais esperados dizem
respeito à inflação de maio. Resultados abaixo do esperado
podem trazer de volta o clima
de otimismo que dominou a última semana do mês passado,
quando as Bolsas bateram sucessivos recordes. Já o contrário pode derrubar ainda mais os
mercados e elevar os juros dos
títulos do Tesouro americano,
que passaram de 5% na quinta.
Na quarta-feira, o Departamento de Comércio divulga o
PPI (índice de inflação ao produtor norte-americano, na sigla em inglês) de maio. A expectativa é que o índice apure aumento de 0,5% nos preços. Em
abril, a alta foi de 0,7%.
Na sexta, sai o CPI (índice de
preços ao consumidor americano) de maio, que deve apurar
inflação de 0,6%. Se vier muito
acima disso, pode ser a senha
de que o Federal Reserve (o BC
dos EUA) pode apertar a política monetária -leia-se elevar os
juros- ainda neste ano.
Além dos indicadores de inflação em si, chama a atenção
do mercado o núcleo, que desconta as variações dos preços
de energia e de alimentos.
"Num ambiente de incerteza
e ainda com as taxas de juros
em alta, os papéis americanos
passam a ser o melhor refúgio e
isso é negativo para os países
emergentes, que devem sofrer
forte refluxo de capitais. O desmanche [de operações] agora
deve se acentuar e ter forte impacto no preço da moeda americana, fortalecendo a rápida
apreciação em relação ao real",
diz a corretora NGO.
"As atenções deverão estar
voltadas para o mercado norte-americano, cujos indicadores
poderão continuar mostrando
o cenário de atividade em recuperação e inflação resistente à
queda", avalia a Coinvalores.
Ainda nos EUA, o destaque
vai para a divulgação, na quarta,
do chamado Livro Bege, uma
compilação de dados econômicos feita pelo Fed. O texto representa um retrato distanciado da economia, que tem pequeno impacto na avaliação de
cenários em épocas tensas.
Na sexta, saem dois indicadores industriais importantes
-produção e utilização da capacidade instalada- de maio,
que revelarão a expectativa de
consumo do setor.
(TONI SCIARRETTA)
Texto Anterior: Liderança do pregão virtual do ano tem disputa acirrada Próximo Texto: Queda na Bolsa da China preocupa menos Índice
|