São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2007

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Dívida com bens como eletrodomésticos pode tirar fôlego da recuperação do varejo

DA REDAÇÃO

O fôlego da recuperação da venda de alimentos e bebidas até o fim do ano divide analistas. Como a melhoria do rendimento e do emprego ocorre de maneira gradual, alguns defendem que o endividamento do consumidor com eletrodomésticos e carros, os chamados bens duráveis, pode abrandar essa demanda.
"Por conta principalmente do reajuste menor do salário mínimo neste ano [5,3% de ganho real, ante 13% em 2006], projetamos que o varejo não deve repetir os 6,2% [expansão segundo o IBGE] do ano passado", diz Douglas Uemura, analista da LCA Consultores.
A previsão da LCA é que o consumo irá desacelerar, uma vez que o varejo cresceu 9,7% só no primeiro trimestre.
Para Denis Ribeiro, diretor da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), a compra de alimentos fica em segundo plano numa conjuntura como a atual, com expansão do crédito. "Você planeja melhorar de vida com bens como eletrodomésticos. O alimento é o do dia-a-dia."
Olegário Araújo, gerente da Nielsen, ressalta, porém, que o avanço dos instrumentos de crédito, como o alongamento dos prazos de pagamento, permite ao consumidor administrar melhor as dívidas.
Esse fator, aliado ao que ele classifica como uma mudança do perfil do varejo nos últimos anos, com maior variedade de lojas e produtos a preços mais acessíveis, ajuda a explicar por que as vendas de não-duráveis se mantêm em crescimento.
Dados da Nielsen apontam que, de 1994 a 2006, o número de lojas de "auto-serviço alimentar" (supermercados) dobrou (96,5%). O faturamento subiu só 15,6%. (MS)


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