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Juros bancários caem mais para consumidor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda na taxa Selic desde
janeiro tem se refletido de formas diferentes no custo do crédito. Na média, o maior impacto ocorreu nos financiamentos
para pessoas físicas, segmento
em que os juros cobrados pelos
bancos caíram numa velocidade superior à dos cortes do BC.
Neste ano, até a primeira
quinzena de maio, a taxa Selic
-usada nas operações de curto
prazo entre BC e bancos- recuou em 3,5 pontos, passando
de 13,75% ao ano para 10,25%.
No período, a taxa média para
pessoas físicas recuou dez pontos percentuais, de 57,9% ao
ano para 47,9%, segundo o BC.
Proporcionalmente, a Selic
caiu mais que os juros bancários: a queda de 3,75 pontos
corresponde a uma redução de
25%, enquanto a queda no custo dos empréstimos foi de 17%.
Em termos nominais, porém, a
situação é inversa.
Não há dados mais detalhados sobre o custo dos financiamentos de maio até hoje, mas
as estatísticas entre janeiro e
abril mostram que a queda nos
juros para pessoas físicas ocorreu em todas as modalidades.
No primeiro quadrimestre, a
taxa do crediário (para bens como móveis e eletrodomésticos)
caiu de 73,8% ao ano para
60,4%. No crédito pessoal, foi
de 60,4% para 48,8%.
O movimento pode ser explicado pela maneira como a crise
financeira afetou, de formas diferentes, os bancos. De forma
geral, os grandes sofreram menos, pois conseguiram contornar melhor a desconfiança dos
investidores e continuaram a
captar dinheiro no mercado.
Como é dos grandes bancos
que vem a maior parte do crédito para pessoas físicas, a concorrência ficou um pouco mais
acirrada: com clientes mais receosos em se endividar por causa da crise, eles têm optado por
cortar juros e aumentar prazos.
Para empresas, o cenário é
diferente. Nesse segmento
-especialmente companhias
de pequeno e médio porte-,
boa parte dos financiamentos é
oferecida por bancos menores,
mais atingidos na crise. Assim,
os juros médios para as empresas têm caído pouco. Até a primeira metade de maio, passou
de 30,7% para 28,8%, menos do
que a Selic no período.
Os números ajudam a explicar o comportamento do PIB
no primeiro trimestre, em que
a forte queda nos investimentos -reforçada pela dificuldade
de crédito das empresas- foi,
em parte, compensada pela recuperação no consumo das famílias, mercado em que o crédito não caiu tanto.
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