|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para analistas, inflação baixa reforça queda
DA REPORTAGEM LOCAL
Analistas do mercado financeiro receberam com
surpresa o corte acima do
previsto para os juros brasileiros. A decisão foi considerada agressiva e reflexo de um Banco Central
pessimista em relação à
evolução da demanda, que
tem trazido as projeções
para inflação abaixo do
centro da meta de 4,5% -o
mercado espera IPCA de
4,33% em 2009 e de 4,03%
em 12 meses.
Para Silvio Campos Neto, economista-chefe do
Banco Schahin, a decisão
surpreende porque o mercado tinha assumido um
tom mais otimista após o
resultado do PIB, divulgado na véspera, ter indicado
retração menor da economia. "É uma decisão surpreendente. Mostra que o
BC está bastante confortável com os rumos da inflação. Depois do resultado
do PIB, o mercado via como mais fácil o BC cortar
os juros em 0,5 ponto do
que em 1 ponto."
Segundo José Francisco
de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco
Fator, houve divergências
fortes na diretoria do BC.
"Basta ver o comunicado.
Foi um sinal muito importante, principalmente
porque após o resultado
do PIB estava todo mundo
discutindo corte de 0,5
ponto e de 0,75 ponto.
Olhando a inflação para a
frente, ninguém enxerga
taxa acima da meta no ano
que vem. Há folga no preço
de commodities, importados e na demanda", disse.
Para Lima Gonçalves, a
decisão pode desacelerar o
ritmo de redução do dólar.
"O câmbio não dá sinal de
mudar de direção. Alguma
coisa o juro afeta; pode não
ser o principal fator. Agora, [o rumo do câmbio] é
uma coisa que não depende de nós", disse.
Segundo analistas, o
corte acima do esperado
na taxa deverá levar a ajustes nas negociações de juros hoje na BM&F.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Análise: Mercado aponta juro maior em 2010 Índice
|