São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Para analistas, inflação baixa reforça queda

DA REPORTAGEM LOCAL

Analistas do mercado financeiro receberam com surpresa o corte acima do previsto para os juros brasileiros. A decisão foi considerada agressiva e reflexo de um Banco Central pessimista em relação à evolução da demanda, que tem trazido as projeções para inflação abaixo do centro da meta de 4,5% -o mercado espera IPCA de 4,33% em 2009 e de 4,03% em 12 meses.
Para Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin, a decisão surpreende porque o mercado tinha assumido um tom mais otimista após o resultado do PIB, divulgado na véspera, ter indicado retração menor da economia. "É uma decisão surpreendente. Mostra que o BC está bastante confortável com os rumos da inflação. Depois do resultado do PIB, o mercado via como mais fácil o BC cortar os juros em 0,5 ponto do que em 1 ponto."
Segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, houve divergências fortes na diretoria do BC. "Basta ver o comunicado. Foi um sinal muito importante, principalmente porque após o resultado do PIB estava todo mundo discutindo corte de 0,5 ponto e de 0,75 ponto. Olhando a inflação para a frente, ninguém enxerga taxa acima da meta no ano que vem. Há folga no preço de commodities, importados e na demanda", disse.
Para Lima Gonçalves, a decisão pode desacelerar o ritmo de redução do dólar. "O câmbio não dá sinal de mudar de direção. Alguma coisa o juro afeta; pode não ser o principal fator. Agora, [o rumo do câmbio] é uma coisa que não depende de nós", disse.
Segundo analistas, o corte acima do esperado na taxa deverá levar a ajustes nas negociações de juros hoje na BM&F.


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