São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Inflação acumula alta de 2,2% até maio

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A inflação oficial usada pelo governo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou praticamente estável em maio, ao avançar 0,47%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em abril, o índice havia registrado alta de 0,48%.
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,20%. No ano, a alta é de 2,20%, ante 2,88% no ano passado.
Os alimentos exerceram a maior pressão nos preços em maio e apresentaram alta de 0,44%, depois de subirem 0,15% em abril. A contribuição desse grupo representou 0,10 ponto percentual do IPCA.
O destaque de alta ficou por conta do leite pasteurizado, que subiu 9,77% -foi a maior contribuição individual de todo o IPCA, ao pesar 0,10 ponto percentual. Ao mesmo tempo, subiram os preços da batata inglesa (14,77%), da cenoura (5,64%) e do tomate (2,32%).
Francis Kinder, economista da Rosenberg e Associados, diz que a inflação não preocupa e já começa a convergir para o centro da meta deste ano (4,5%). A previsão dos analistas de mercado está em 4,3%.
Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, avalia que a crise já influenciou negativamente a inflação desde o início do ano e se manifesta na queda de alimentos e veículos -estes beneficiados pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Segundo a coordenadora do IBGE, o repique dos alimentos não é generalizado e foi provocado especialmente devido à entressafra do leite, que fez o preço do produto disparar. Por seu turno, a crise, diz, ajudou a conter a demanda global e contribuiu para segurar as cotações de commodities agrícolas.
De janeiro a maio, o grupo alimentação subiu 1,92%, menos do que os 6,40% do mesmo período de 2008.
Os produtos não-alimentícios tiveram desaceleração e registram inflação de 0,48%, ante 0,58% em abril. Novamente os cigarros foram responsáveis pelo principal impacto no grupo, ao registrar em maio alta de 9,21% (abaixo dos 14,71% de abril), segundo maior contribuição individual do IPCA, com 0,09 ponto percentual.
Também apresentaram alta nos custos os itens empregado doméstico (alta de 1,33%, ante 1,85% em abril) e saúde e cuidados pessoais (alta de 0,68%, ante 1,10% em abril), ainda sob impacto dos preços dos remédios, cuja inflação se desacelerou de 2,89% para 1,33%.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado entre as famílias com renda mensal até seis salários mínimos, ficou em 0,60% em maio, ante 0,55% observado no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC tem alta de 2,32%.

IGP-M
O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), registrou alta 0,29% na primeira prévia de junho, muito acima do verificado um mês antes, quando houve deflação de 0,52%.
No ano, o índice acumula queda de 0,86%, e, nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 1,91%.


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