São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Dólar sobe com expectativa de aumento dos juros nos EUA

Moeda é cotada a R$ 1,95; Bolsa de SP avança 0,48%

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento das expectativas em torno de uma elevação de juros nos EUA nos próximos meses fez o dólar se fortalecer ontem em todo o mundo. No Brasil, a moeda subiu 0,72% e terminou a quarta-feira vendida a R$ 1,951.
Os ainda incipientes indícios de que a maior economia do planeta está levantando do chão após ser nocauteada pela crise financeira fazem os investidores começarem a se preparar para uma elevação da taxa básica de juros americana, que está entre zero e 0,25% ao ano. Ao menor sinal de reaquecimento, imaginam os analistas, a autoridade monetária dos EUA voltará a puxá-la.
Outro argumento que justifica essa avaliação é o crescimento do déficit público americano devido às providências tomadas pelo governo Barack Obama para tentar reanimar a atividade. Em maio, segundo informou o Departamento do Tesouro, o buraco cresceu em US$ 190 milhões. Com isso, no futuro, será necessário emitir mais títulos de dívida para financiar a máquina pública e os investidores pedirão maior remuneração para ficar com eles.
Diante da perspectiva de alta dos juros nos EUA, os grandes fundos tratam de realocar uma parte dos seus recursos, ao sacar de países onde o risco é maior e colocar nos bônus do Tesouro americano, daí a valorização do dólar.
Mas isso não deve significar que, ante o real, a moeda americana se valorize rapidamente nas próximas semanas.
"Se não houver nenhuma surpresa negativa no meio do caminho, prevemos que o dólar fique abaixo de R$ 1,90 ainda neste mês", diz Marcelo Sperb, diretor-executivo da Nobel Asset Management.
Os estrangeiros continuarão sendo atraídos pelos elevados juros praticados no Brasil e pelas boas perspectivas oferecidas pela sua economia, a qual tem sofrido com a crise bem menos do que outras nações. Os preços das commodities agrícolas e metálicas também mostram uma recuperação, o que favorece a balança comercial e as empresas que exportam tais produtos.
Esse otimismo fez a Bolsa de Valores de São Paulo avançar 0,48% ontem, para 53.410 pontos; porém o mercado financeiro ainda não encontrou motivos que levem a Bovespa a buscar níveis superiores. A decisão do Copom, que surpreendeu ao reduziu os juros em um ponto percentual, foi divulgada após o fechamento do mercado.
"Os IPOs [lançamentos de ações] esperados para os próximos dias contribuem para a tendência de baixa da Bolsa no curto prazo. Antes dessas operações, os investidores se desfazem de uma parte dos seus papéis para ter condições de comprar os novos que vão sair", afirma Sperb.


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