|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dólar sobe com expectativa de aumento dos juros nos EUA
Moeda é cotada a R$ 1,95;
Bolsa de SP avança 0,48%
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O crescimento das expectativas em torno de uma elevação
de juros nos EUA nos próximos
meses fez o dólar se fortalecer
ontem em todo o mundo. No
Brasil, a moeda subiu 0,72% e
terminou a quarta-feira vendida a R$ 1,951.
Os ainda incipientes indícios
de que a maior economia do
planeta está levantando do
chão após ser nocauteada pela
crise financeira fazem os investidores começarem a se preparar para uma elevação da taxa
básica de juros americana, que
está entre zero e 0,25% ao ano.
Ao menor sinal de reaquecimento, imaginam os analistas,
a autoridade monetária dos
EUA voltará a puxá-la.
Outro argumento que justifica essa avaliação é o crescimento do déficit público americano
devido às providências tomadas pelo governo Barack Obama para tentar reanimar a atividade. Em maio, segundo informou o Departamento do Tesouro, o buraco cresceu em
US$ 190 milhões. Com isso, no
futuro, será necessário emitir
mais títulos de dívida para financiar a máquina pública e os
investidores pedirão maior remuneração para ficar com eles.
Diante da perspectiva de alta
dos juros nos EUA, os grandes
fundos tratam de realocar uma
parte dos seus recursos, ao sacar de países onde o risco é
maior e colocar nos bônus do
Tesouro americano, daí a valorização do dólar.
Mas isso não deve significar
que, ante o real, a moeda americana se valorize rapidamente
nas próximas semanas.
"Se não houver nenhuma
surpresa negativa no meio do
caminho, prevemos que o dólar
fique abaixo de R$ 1,90 ainda
neste mês", diz Marcelo Sperb,
diretor-executivo da Nobel Asset Management.
Os estrangeiros continuarão
sendo atraídos pelos elevados
juros praticados no Brasil e pelas boas perspectivas oferecidas pela sua economia, a qual
tem sofrido com a crise bem
menos do que outras nações.
Os preços das commodities
agrícolas e metálicas também
mostram uma recuperação, o
que favorece a balança comercial e as empresas que exportam tais produtos.
Esse otimismo fez a Bolsa de
Valores de São Paulo avançar
0,48% ontem, para 53.410 pontos; porém o mercado financeiro ainda não encontrou motivos que levem a Bovespa a buscar níveis superiores. A decisão
do Copom, que surpreendeu ao
reduziu os juros em um ponto
percentual, foi divulgada após o
fechamento do mercado.
"Os IPOs [lançamentos de
ações] esperados para os próximos dias contribuem para a
tendência de baixa da Bolsa no
curto prazo. Antes dessas operações, os investidores se desfazem de uma parte dos seus papéis para ter condições de comprar os novos que vão sair",
afirma Sperb.
Texto Anterior: Congresso dos EUA ameaça barrar contribuição ao Fundo Próximo Texto: Energia: Petróleo atinge maior preço em sete meses Índice
|