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Congresso dos EUA ameaça barrar contribuição ao Fundo
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Tão logo o anúncio dos US$
10 bilhões brasileiros veio a público, o diretor-gerente do
FMI, Dominique Strauss-Kahn, soltou declaração em
que elogiou a medida. Com a
decisão, disse ele, o país honra o
compromisso feito pelos países
que participaram da reunião do
G20, em abril, em Londres.
"As autoridades brasileiras
têm mostrado grande liderança
e engajamento no processo todo da reforma do FMI e de expansão de nossos financiamentos" (...) "e vejo com prazer que
o país está mostrando seu forte
apoio ao sistema financeiro e
econômico internacional."
Dias antes, a Rússia anunciara que converteria US$ 10 bilhões dos US$ 120 bilhões que
tem em títulos do Tesouro dos
EUA em títulos do Fundo,
iguais ao que o Brasil adquirirá.
Um dos primeiros países a
anunciar seu crédito, a China
empenhou outros US$ 50 bilhões. Com isso, dos integrantes do grupo-acrônimo Brics,
só falta a Índia fazer um anúncio formal de investimento.
São US$ 70 bilhões, ou o
equivalente ao PIB da Croácia,
que o FMI pretende usar para
continuar emprestando dinheiro a economias emergentes e em desenvolvimento.
O problema é que os EUA,
principal contribuinte para o
aporte extra prometido na reunião do G20, ainda não aprovaram seus US$ 108 bilhões no
Congresso. Assim, parte do elogio de Strauss-Kahn ao Brasil
foi também um recado para seu
maior país-sócio.
A verba norte-americana foi
colocada no bojo de uma medida que aprova fundos suplementares para as guerras do
Iraque e do Afeganistão -incluir leis secundárias sem relação com a lei principal é um
mecanismo costumeiro no Legislativo norte-americano para
agilizar a aprovação de verbas.
A medida foi aprovada pelo
Senado, mas emperrou na Câmara dos Representantes (deputados federais), onde está
sendo discutida desde segunda.
A resistência vem principalmente de republicanos que
concorrem à reeleição em
2010, quando parte do Congresso será renovada.
Eles temem que a percepção
de seus eleitores conservadores
seja que os políticos americanos estão aprovando uma "operação-resgate" disfarçada com
dinheiro do contribuinte para
ajudar países da Europa.
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