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FRAUDES DO CAPITAL
Segundo maior grupo de mídia do planeta pode ficar sem caixa para pagar dívidas; ação cai 7%
França vai investigar as contas da Vivendi
DA REDAÇÃO
A crise no grupo franco-americano Vivendi Universal, o segundo maior conglomerado de mídia
do planeta, agravou-se ainda mais
ontem depois que autoridades
francesas revelaram que vão investigar a contabilidade da empresa. Serão analistas as contas
dos últimos 18 meses.
A Bolsa de Paris foi atingida pelos problemas da Vivendi e caiu
4,26%. A crise das corporações
norte-americanas também ajudou a derrubar as Bolsas européias. Frankfurt caiu 4,1%, e Londres, 2,7%.
Agentes da COB (Commission
des Opérations de Bourse) foram
ao escritório da Vivendi, em Paris,
em busca de documentos e arquivos relacionados à contabilidade
do grupo. Com a investigação, a
companhia deverá ter maiores dificuldades para levantar os empréstimos necessários a um plano
de resgate e reestruturação.
As ações da empresa caíram 7%
ontem na Bolsa de Paris. No ano
os papéis já perderam 70%.
Depois de forçar a demissão do
pouco popular diretor-executivo
Jean-Marie Messier na semana
passada, o conselho de acionistas
negocia novos créditos para não
deixar de honrar suas dívidas neste ano. As dívidas da companhia
chegam a 19 bilhões.
Ontem a Vivendi informou que
conseguiu um empréstimo no valor de 1 bilhão. Mas, segundo
analistas do setor, a companhia
precisaria de ao menos outros 3
bilhões para não entrar em "default" (calote).
"O mais sério problema é garantir financiamento para os próximos meses", afirmou um analista de Paris. Quando assumiu a
chefia da empresa, na semana
passada, o novo diretor-executivo, Jean-René Fourtou, já havia
reconhecido as dificuldades de
caixa que enfrentaria.
De acordo com a COB, as investigações não foram iniciadas devido a uma acusação específica.
Mas, na semana passada, os jornais franceses revelaram que a
companhia tentou, no ano passado, inflar seus resultados ao omitir despesas de seus balanços.
A Vivendi nasceu há 150 anos,
como uma estatal de água e saneamento básico. Ao longo dos
anos 1990 passou por uma rápida
expansão, depois de ser privatizada. Messier, agora acusado pelos
problemas do grupo, esteve à
frente da estratégia de crescimento, que culminou com a aquisição
do grupo Universal.
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