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Câmbio, e não o IPCA,
será decisivo para juros
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado do IPCA de junho
não será decisivo para a definição
da trajetória dos juros pelo Banco
Central na reunião do Copom da
próxima semana. É o comportamento do câmbio nos próximos
dias que centralizará as atenções
da autoridade monetária, avaliam
economistas.
O IPCA (taxa considerada pelo
BC para monitorar a inflação) divulgado ontem pelo IBGE, de
0,42%, ficou abaixo das projeções
do mercado. Mas o dólar, apesar
de haver se acalmado nos últimos
dias, permanece em um nível bastante elevado.
A possibilidade de o BC utilizar
o viés de baixa para cortar a taxa
básica de juros, atualmente em
18,5% ao ano, antes do encontro
do Copom (Comitê de Política
Monetária), nos dias 16 e 17, já é
descartada pelo mercado.
"A utilização do viés de baixa
exigia outras circunstâncias. O
mercado se tornou ainda mais
turbulento desde o último encontro do Copom", diz o diretor financeiro do banco Santos, Clive
Botelho.
Na reunião do mês passado,
quando o Copom manteve os juros e adotou o viés de baixa -que
passou a permitir o corte da taxa
entre uma reunião e outra-, o
dólar estava em R$ 2,707.
"Com o dólar no nível atual, é
improvável que haja corte nos juros. Essa possibilidade cresce apenas se o dólar recuar para um patamar entre R$ 2,60 e R$ 2,70 até a
reunião [do Copom"", afirma
Wilson Ramião, economista do
banco Lloyds TSB.
Nos negócios de ontem, a moeda norte-americana fechou praticamente estável, vendida a R$
2,851 no fim do dia.
O reflexo da escalada do dólar
nos preços, principalmente de insumos e produtos importados, é
uma preocupação constante do
BC, pois o movimento poderia
comprometer a meta de inflação
prevista para o ano.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos DI
(que consideram os negócios entre os bancos) de prazo mais curto, que refletem a expectativa do
mercado para a próxima reunião
do Copom, fecharam com taxa de
18,65% anuais. Ou seja, as apostas
indicam, por enquanto, a manutenção dos juros.
(FABRICIO VIEIRA)
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