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SAIBA MAIS
País vai ter de explicar estouro da meta ao FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não conseguiu
cumprir a meta de inflação
acertada com o FMI (Fundo
Monetário Internacional) para
o segundo trimestre deste ano.
O não-cumprimento não irá
impedir que o Brasil tenha
acesso aos empréstimos oferecidos pelo Fundo, mas obriga o
país a explicar para a diretoria
da instituição os motivos da alta dos preços.
A inflação medida pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 7,63%
nos últimos 12 meses. O acordo
com o FMI previa que essa inflação não passaria de 7,3%. Esse número, porém, é colocado
no entendimento com o Fundo
como sendo uma "meta indicativa", ou seja, que não prevê
punições ao país no caso de
descumprimento.
Segundo o Banco Central,
responsável pelo controle da
inflação, o aumento dos preços
ficou acima do esperado por
causa, principalmente, dos reajustes das tarifas públicas. Nas
contas do BC, a alta do IPCA
deste ano deve ficar em 5,5%.
Quase a metade -2,5 pontos
percentuais- deve vir dos aumentos nos preços administrados ou monitorados pelo governo, como a gasolina e as tarifas de energia elétrica.
Sobre o cumprimento das
metas para a inflação previstas
no acordo com o FMI, o BC diz
que elas servem de referência
para as negociações com o
Fundo, mas não interferem nas
ações de política monetária.
Em outras palavras, o BC
afirma que não aumenta ou reduz os juros pensando no cumprimento das metas trimestrais, pois o mais importante é
a meta do ano. A taxa básica de
juros está em 18,5% ao ano.
A meta para o ano não consta
do acordo com o FMI -que se
encerra no início de dezembro- e é fixada pelo Conselho
Monetário Nacional. Para
2002, a meta é de 3,5%, com
margem de tolerância de dois
pontos percentuais.
Não necessariamente a meta
do governo é a mesma acertada
com o FMI. Em 2001, a meta do
governo era de 4%, enquanto
no entendimento com o Fundo
era de 5,8%. A alta do IPCA ficou em 7,67%, acima do teto do
governo (6%), mas abaixo do
teto do FMI (7,8%).
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