São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DOIS MUNDOS

Aplicação financeira supera o retorno da atividade produtiva no país e está sujeita a carga menor de tributos

Fundos rendem 4 vezes mais que produção

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma aplicação conservadora no mercado financeiro rendeu, nos últimos nove anos, quatro vezes mais do que o investimento produtivo no país, além de ter pago muito menos impostos. Sobre a produção incidem até 61 tributos. Se uma empresa decide fazer uma aplicação de prazo inferior a 30 dias, arca com apenas seis.
Estudo aponta que, de 17 setores pesquisados entre 1995 e 2003, todos tiveram rentabilidade média anual inferior à dos fundos DI. No período, as empresas de capital aberto não-financeiras alcançaram 3,6% de retorno, contra 18,3% proporcionados pela aplicação financeira.
Já uma simulação feita pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) para a Folha, com base nos balanços de duas grandes companhias, mostra que o imposto pago em cinco anos chegou a 889% do lucro acumulado em um dos casos. No mercado financeiro, teriam desembolsado 36,6% sobre os rendimentos.
Para o ministro do Planejamento, Guido Mantega,"foi o exagero de juros que desestimulou o investimento produtivo no Brasil" nos últimos anos. Mas, segundo ele, essa tendência já começou a se inverter.


Texto Anterior: Painel S.A.
Próximo Texto: Empresas pagam até 61 tributos; aplicações, 6
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.