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Condições vão impactar custo, diz Odebrecht
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Ao contrário do que afirmou
o ministro interino de Minas e
Energia, Nelson Hubner, de
que as condições impostas pelo
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) não provocarão aumento nos custos de
construção das hidrelétricas do
rio Madeira, a construtora
Odebrecht diz que haverá, sim,
impacto no valor das obras.
Segundo Irineu Meireles, diretor de investimentos em infra-estrutura da empresa, entre
as 33 condicionantes estabelecidas pelo governo, há alterações significativas no projeto
anterior, como a previsão de
uma área de preservação permanente (APP) de 500 metros
ao redor do reservatório, em
vez de uma área de 100 metros,
como prevê a legislação.
"Os cálculos anexados ao EIA
Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto
ao Meio Ambiente) foram feitos com base nos 100 metros.
Teremos de fazer um novo levantamento para saber o número de famílias que terão de
ser removidas, o custo de desapropriação e indenização da
área adicional. A diferença é
significativa: aumenta de 2.000
hectares para 10 mil."
Outra nova condição que trará mais custos, segundo a Odebrecht, é um centro para a criação de filhotes de peixes, o chamado centro de ictiofauna. Ele
deverá estar disponível para o
caso de o sistema de transposição de peixes por canais não
funcionar como previsto.
O grupo Schahin, que participa de consórcio com Alusa Engenharia, a argentina Impsa
Hydro e a chinesa CTIC, afirma
que, apesar de ainda estar avaliando as condicionantes, sua
proposta está em "fase avançada", segundo seu diretor Teofrasto Barbeiro. Também confirmada no leilão, a franco-belga Suez Energy participará sozinha inicialmente, mas não
descarta se unir a investidores,
público ou privado, em uma segunda fase do processo.
Parcerias
O lançamento do edital do
leilão das usinas do rio Madeira
deverá selar as parcerias entre
as grandes empresas interessadas no projeto. Construtoras
como Odebrecht, Camargo
Corrêa e empresas do setor elétrico, como Light, Cemig e outras. Segundo João Canellas,
diretor da Amazônia Madeira
Energética, da Camargo Corrêa, o edital será o ponto de partida para fechar parcerias. "O
próximo passo é verificar quais
os termos do edital, as condições de concorrência e transparência do leilão", disse.
A Light pretende formar um
consórcio de distribuidoras para participar do leilão. A empresa considera a Cemig como
o parceiro ideal, mas vê espaço
para um consórcio formado
por três ou quatro empresas do
setor de distribuição.
(DENISE BRITO E JANAÍNA LAGE)
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