ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro dia de negociações entre o Mercosul e a União Européia, em Brasília, terminou bem. Os europeus apresentaram uma oferta melhorada de acesso ao seu mercado de carnes, e o Brasil, sempre reticente em fazer concessões em compras governamentais, aceitou a idéia de oferecer à União Européia preferência nas licitações públicas do país.
"Houve uma oferta melhorada da parte deles", afirmou o diretor-geral do Departamento de Negociações Internacionais, embaixador Regis Arslanian, após uma reunião de mais de quatro horas com os europeus.
Há menos de um mês, em Bruxelas, as reuniões não chegaram nem a ser concluídas. O Mercosul decidiu interromper as conversas com a Europa, pois considerou a proposta agrícola inaceitável. Uma nova proposta mais generosa por parte da Europa passou a ser condição para que as negociações não fossem, mais uma vez, temporariamente suspensas.
Antes do início da reunião o clima ainda era de tensão. O secretário de Comércio Exterior da Argentina, Martín Redrado, chegou a dizer que, se as ofertas da UE não fossem melhoradas, as negociações só seriam retomadas em novembro, após mudança no comando da Comissão Européia.
Ainda é cedo para saber qual será o resultado final dessa rodada de reuniões, considerada decisiva. As negociações de ontem foram em torno apenas das exportações de carne do Mercosul. Ainda há uma lista de outros produtos que precisam ser negociados.
Arslanian disse que os sócios do Mercosul vão analisar a nova proposta européia de carnes para avaliar se ela atende aos interesses do sócio. Hoje, o bloco comercial deverá apresentar suas contra-ofertas para os europeus. As negociações terminam amanhã.
Na avaliação do embaixador, houve, no entanto, a sinalização de que será possível avançar.


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