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MERCADO ABERTO
Real forte afeta planos da Rhodia
A valorização excessiva do real
em relação ao dólar já começa a afetar os planos de investimentos de grandes empresas. Na Rhodia, por exemplo,
uma das gigantes da área química do mundo, as vendas caíram
em julho e, se o mercado não se
recuperar, a empresa pode ter de
reduzir os investimentos programados para este ano no Brasil.
Segundo Walter Cirillo, presidente da Rhodia América Latina,
em julho, as vendas em volume
da companhia caíram 10% no
Brasil em relação à média mensal
do primeiro semestre. Em valores, a queda foi de 15%. O pior é
que, no primeiro semestre as
vendas haviam subido 10%. Em
agosto, pelo menos até agora,
não há sinais de recuperação.
"Acendeu o sinal amarelo."
A Rhodia tinha programado
para este ano um total de US$ 40
milhões em investimentos, o
maior valor dos últimos 15 anos.
"Há uma boa chance de se realizar esse investimento, mas há
também uma boa chance de não
se realizar", afirma Cirillo. Se o
mercado continuar em queda, a
empresa deve reduzir o investimento para algo entre US$ 25
milhões e US$ 30 milhões, a média dos últimos anos.
Cirillo culpa essencialmente o
câmbio pela queda nas vendas.
Alguns clientes importantes da
empresa, principalmente dos setores de calçados e de madeira,
sofreram uma baixa significativa
nas exportações e estão cortando
suas encomendas. Cirillo acha
que a crise política no país não
tem influência sobre a piora no
mercado nos últimos dois meses.
"O câmbio acaba com a competitividade da empresa", afirma.
O dólar não pára de baixar. Ontem, a moeda americana caiu pelo segundo dia consecutivo e fechou com a menor cotação desde
10 de abril de 2002, a R$ 2,280. Segundo Cirillo, a queda nas vendas começou a ser sentida quando o dólar atingiu R$ 2,50, o que
significa que a perspectiva não é
muito animadora, diante do
atual patamar do câmbio.
EFEITO NOVA LEI
Pesquisa da KPMG com as mil
maiores empresas do país em julho revela que 74% já consideraram se submeter a uma reestruturação operacional, financeira e
societária, embora só metade tenha passado pelo processo. "É
um dado positivo, dentro do
contexto de novos mecanismos
oferecidos na Lei de Falências
[entrou em vigor em junho]. Começa-se a se entender que crises
são situações típicas no ciclo de
uma companhia", diz Salvatore
Milanese, da área de reestruturação de empresas da KPMG.
NO INTERIOR
Mogi das Cruzes entrará no
circuito das sedes de empresas
de call center. A Telefutura, que
tem como sócios o Bank Boston
e a Votorantin Celulose e Papel,
deve investir R$ 15 milhões para
começar a operar na cidade até
dezembro e contratar cerca de
3.500 funcionários em um ano.
PENHOR
As aplicações de micropenhor
da CEF já superam 2 milhões de
operações, com um volume acumulado de R$ 491,6 milhões.
ANÁLISE DE MERCADO
A evolução de colheitas e do próprio mercado nos últimos meses tem
colaborado para a melhora das projeções de preços das principais commodities não-metálicas em 2005, segundo o instituto britânico Economist Intelligence Unit. O índice de preços que ela calcula com 15 commodities entre bebidas, rações e alimentos deve fechar o ano com queda de
0,6%, resultado melhor que a estimativa realizada há três meses (-7,5%).
Na divisão da previsão por segmentos, o instituto prevê que dois deles, o
de bebidas (alta projetada de 27%) e o de açúcar (24,8%) compensem o
resultado negativo dos demais -o de grãos e o de sementes de oleaginosas. Para 2006 e 2007, porém, esse movimento deve mudar.
DIVERSIFICAÇÃO
A Bunge decidiu reestruturar
sua área de óleos vegetais e lançará dois novos produtos, além
de novas embalagens.
PARTICIPAÇÃO
O Carrefour encerrou junho
com aumento de dois pontos
percentuais em participação de
mercado no país, com 25%.
LANÇAMENTO
As características de pessoas
que atuaram em momentos de
transição, como Henry Ford,
Amador Aguiar e Zilda Arns, são
tratadas em "Figura de Transição - O poder de mudar gerações" (Campus/Elsevier). O livro, do presidente da FranklinCovey no Brasil, Paulo Kretly, será lançado hoje em SP.
POLÍTICA SOCIAL
A Faap e o Instituto Fernand
Braudel de Economia promovem nos dias 25 e 26 conferência
sobre "Política Social no Brasil".
Um dos participantes é o norte-americano Peter H. Lindert, um
dos maiores especialistas do
mundo em gastos públicos.
ARTE EM SP
Os principais antiquários e
galerias de arte do país estarão representados com parte
de seus acervos na 12ª edição
do Salão de Arte e Antigüidades, em São Paulo, que abre
para o público no sábado e vai
até o dia 21 deste mês. Entre
as atrações em exposição no
clube A Hebraica estão duas
telas, uma de Portinari e outra
de Di Cavalcanti, ambas dos
anos 30 e avaliadas em R$ 1
milhão cada uma, segundo
Vera Chaccur Chadad, uma
das organizadoras do evento
-a outra é Ariane Elkins Juliani. As peças em exposição
incluem de obras da arte moderna e contemporânea a documentos raros e as últimas
criações dos principais designers de jóias do país. No total,
serão 115 estandes de 80 expositores no evento, que prevê
ainda leilões e palestras.
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