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PRODUÇÃO
Setor cresceu só 0,3% no primeiro semestre devido a cotações externas baixas e ao câmbio valorizado, diz IBGE
Preços e dólar derrubam a agroindústria
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE
O desempenho da agroindústria brasileira ficou muito abaixo
da média da indústria no primeiro semestre. O setor registrou expansão de apenas 0,3%. No mesmo período, a indústria nacional
cresceu 5%.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a variação de 0,3% no
acumulado do primeiro semestre
foi resultado de dois trimestres de
desempenhos opostos -no primeiro houve queda de 3,5% e, no
segundo, expansão de 3,3%.
O instituto explica que o resultado da agroindústria foi afetado
pela redução dos preços internacionais de algumas commodities
agrícolas, pelo aumento dos custos de produção, pelo crédito
mais seletivo e mais caro e pelo
câmbio valorizado, que inibiu
uma expansão ainda maior das
exportações.
Fatores climáticos também interferiram nos resultados. Com o
clima mais seco no centro-sul do
país, algumas culturas apresentaram safras menores. O último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola indica que o volume de produção da safra deve ficar em 113,7 milhões de toneladas
de grãos, desempenho 4,7% inferior ao da produção de 2004.
Houve queda expressiva de
23,1% no grupo dos produtos utilizados pela agricultura. O setor
foi afetado negativamente pela
queda da rentabilidade agrícola e
pelo aumento dos custos de produção, principalmente em razão
da alta dos preços do petróleo, insumo básico para a produção de
fertilizantes, e do aço, usado na
produção de máquinas e equipamentos agrícolas.
A pecuária cresceu 2,5% no primeiro semestre, resultado superior ao da agricultura (queda de
0,7%), atividade de maior peso na
agroindústria.
Os setores associados à pecuária
se beneficiaram da boa performance das exportações de carne
bovina, suína e frango e pela conquista de novos mercados em razão da qualidade do produto nacional e das crises sanitárias.
O setor de produtos derivados
da agricultura cresceu 3,4% no semestre passado, segundo o IBGE.
Dentre os quatro subsetores
que ampliaram a produção, destaque para os derivados da cana-de-açúcar (26,7%), celulose
(3,7%), arroz (5,2%) e soja (1,3%).
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