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Volks anuncia férias coletivas para 3.400
Linha de produção do Gol no ABC paulista vai parar por causa de queda nas exportações, diz empresa
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Pastor David Alencar durante ato ecumênico ontem na Volks |
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
A Volkswagen vai conceder
dez dias de férias coletivas a
partir do dia 28 deste mês para
3.400 trabalhadores da linha de
produção do Gol em São Bernardo (região do ABC paulista).
Trabalham nessa unidade cerca de 12,5 mil funcionários.
A montadora informou que a
medida será adotada por causa
de queda na exportação, mas
não detalhou números da diminuição de carros comercializados no mercado externo.
Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores)
mostram que as exportações
diminuíram 4,2% de janeiro a
julho deste ano sobre igual período do ano passado.
A empresa informou que a
previsão é de redução de 40%
nas vendas externas nos próximos dois anos. O Gol, cuja produção será retomada a partir do
dia 11 de setembro, é exportado,
principalmente, para a Argentina e México, e vendido também em 30 países entre América Latina, norte da África e
Oriente Médio.
No ano passado, a Volkswagen exportou 256 mil veículos
de uma produção de 640 mil. A
previsão da montadora para este ano é de vender 196 mil carros para outros países.
Em 2008, a empresa estima
que as vendas para outros países não ultrapasse 156 mil.
"Os trabalhadores têm de se
preparar para uma eventual
surpresa da fábrica [em maio a
Volks anunciou que pretende
demitir e cortar direitos de seus
empregados] e reagir com força
necessária a qualquer ataque",
disse o presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC.
"A Anfavea acaba de anunciar um crescimento de mais de
7% do mercado interno. O Gol é
líder de vendas. Por que a Volks
quer férias coletiva justo na linha do Gol?", questionou.
Segundo a empresa, a linha
de produção que entrará em férias coletivas é a do Gol para exportação -e não a voltada para
o mercado interno, que funciona em Taubaté ( interior de SP).
Ato pelo emprego
Cerca de 6.000 funcionários
participaram ontem de um ato
ecumênico no pátio da empresa em protesto contra o plano
de reestruturação, que pode resultar na demissão de 4.000 a
6.000 funcionários em suas
unidades no Brasil.
Participaram do evento o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Menor, entre outros representantes de instituições
religiosas. Durante o ato, os trabalhadores exibiram cartazes
que diziam "Volks: o melhor
presente para os pais é o emprego", em alusão à comemoração de domingo.
A VW informou que precisa
se reestruturar para tornar-se
mais competitiva e atrair novos
investimentos ao país. Em Taubaté, um acordo fechado com o
sindicato prevê o desligamento
de empregados por meio de
programa de demissão voluntária. No ABC e no Paraná, não
houve acordo.
(CR e KC)
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