São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Jovens dos Estados Unidos deixam de ler jornais e preferem outras mídias

DA BLOOMBERG

A americana Sarah Greenberg ilustra o problema que os jornais estão enfrentando para reter leitores, especialmente os mais jovens.
A estudante de direito de 24 anos, que estuda na Universidade de Tecnologia do Texas em Lubbock, não renovou sua assinatura do "Wall Street Journal" após os exemplares do jornal terem formado uma pilha que não foi lida ao lado da porta de sua casa.
Ela disse também que raramente dá uma olhada no jornal local da cidade. Greenberg se informa por meio do canal de TV local ou de sites da internet, como o da CNN e o da MSNBC -mas os acessa "apenas se algum assunto chama minha atenção", diz ela.
Outros jovens demonstram comportamento similar, segundo pesquisa realizada pela Bloomberg e pelo jornal "Los Angeles Times" sobre a cultura pop e os hábitos de entretenimento dos jovens nos EUA. Apenas 9% dos adolescentes com idades entre 12 e 17 anos e 17% dos jovens adultos da faixa etária entre 18 e 24 anos que participaram da pesquisa disseram ler jornais para se informar sobre as notícias.
Em comparação, 28% dos adolescentes e 38% dos jovens adultos ouvidos pela pesquisa disseram se informar a partir dos canais de TV locais, que demonstraram ser a fonte de notícias mais procurada por jovens adultos e a segunda mais usada entre adolescentes depois das "conversas com amigos e família".
As revistas de notícias tiveram o pior desempenho, tendo obtido 2% das preferências em ambas as faixas etárias para o acesso a notícias. Um percentual ligeiramente maior -3% dos adolescentes e 6% dos jovens adultos- declarou se informar por meio de programas humorísticos de sátira, como o "Daily Show with Jon Stewart", enquanto 10% dos adolescentes disseram obter notícias assistindo a MTV.
A pesquisa nacional realizada em parceria pela Bloomberg e pelo "Los Angeles Times" ouviu 839 adolescentes e 811 jovens adultos e foi conduzida na internet pela Knowledge Networks entre 23 de junho e 3 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
As descobertas são coerentes com relatórios referentes ao declínio da circulação dos jornais dos EUA. A Associação de Jornais da América, grupo setorial, informou, em seu mais recente estudo, "Newspapers by the Numbers" (os números dos jornais, em tradução livre), que 51,6% da população com 18 anos ou mais tinha o hábito de ler um jornal diário no ano passado, contra 58,6% em 1998.
Entre os adolescentes e jovens adultos, 10% e 12%, respectivamente, disseram não prestar atenção nas notícias.


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