São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Emergentes têm desempenho melhor do que o 1º mundo

O comportamento de ontem das Bolsas no mundo deu fortes indicações de que a turbulência no mercado financeiro está, pelo menos por enquanto, muito concentrada nos países desenvolvidos, principalmente nos europeus. As Bolsas do Brasil e de outros países emergentes caíram menos do que as da Europa.
Enquanto a Bovespa registrou uma queda de 1,48% e a Bolsa de Buenos Aires caiu 1,65%, a de Londres registrou uma baixa de 3,71%, e a de Paris, 3,1%.
"As Bolsas dos países desenvolvidos estão tendo o desempenho que os emergentes tiveram nas turbulências anteriores", diz Alex Agostini, economista da Austin Rating.
O pior desempenho das Bolsas do Primeiro Mundo é mais um sinal de que essa turbulência no mercado financeiro tende a ficar mesmo localizada na sua origem, que foi o mercado americano de hipotecas imobiliárias de má qualidade, os chamados "subprime", e não contagie a economia real.
"O problema não é estrutural, e sim conjuntural", afirma Agostini.
As Bolsas dos países europeus estão sofrendo mais porque muitos "hedge funds" de bancos da região fizeram apostas pesadas no "subprime". Os mercados dos países emergentes sofrem os efeitos indiretos dessa turbulência. Mesmo assim, o risco-país dos emergentes, como o do Brasil, oscilou pouco em relação à quinta.
Os mercados dos países emergentes só não se comportaram melhor ontem por dois motivos. Em primeiro lugar porque ainda há muitas incertezas por parte dos investidores a respeito do tamanho da turbulência financeira. Os números da inadimplência no "subprime" não são conhecidos e geram tensão do mercado, apesar de não haver sinais de contágio na economia real.
"O que houve até agora foi um contágio normal de mercado financeiro",diz Zeina Latif, economista do ABN Amro.
Outro motivo que gerou intranqüilidade ao mercado foi o fato de, na semana que vem, estar prevista a divulgação de importantes indicadores da economia nos EUA. Se esses indicadores apresentarem resultados negativos, o mercado pode voltar a viver mais um período de turbulência.

SAÚDE PLÁSTICA
A Omint, de planos de saúde voltados para o segmento de alta renda, acaba de lançar um produto com cobertura para cirurgia plástica. O plano tem livre escolha de médicos e clínicas e prevê reembolso de até R$ 25 mil ao ano para todos os procedimentos previstos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. "O Brasil já é o segundo país no mundo em cirurgias estéticas. Vimos uma oportunidade", diz Cícero Barreto, diretor de marketing e vendas da companhia. O plano cobre também procedimentos odontológicos especiais, como implantes e clareamento. Em 2006 a Omint faturou R$ 344 milhões, volume 17% maior que o registrado em 2005. A companhia tem 71 mil vidas em carteira no país.

CAMINHOS
O economista Ernesto Lozardo lança seu novo livro, "Globalização: A Certeza Imprevisível das Nações" (Ed. do Autor). Na obra, que tem apresentação de Pedro Malan, Lozardo traz idéias sobre os caminhos da globalização, considerando o papel das multinacionais, dos investimentos diretos estrangeiros e das políticas de desenvolvimento das nações. O autor faz uma reflexão sobre o desenvolvimento dos emergentes.

VISITA
A Fiesp recebe, quarta, a presidente da Agência Nacional de Desenvolvimento de Investimentos da Argentina, Beatriz Nofal, provável nome para ocupar a pasta de economia, caso Cristina Kirchner confirme seu favoritismo na eleição presidencial da Argentina, em outubro. Na pauta, a parceria na produção de álcool, macroeconomia argentina e perspectivas para o Mercosul.

TRANSFORMAÇÃO
Guillermo Rishchynski, embaixador do Canadá no Brasil, visitou ontem o Projeto Águas Claras, da Vale do Rio Doce, para recuperação e transformação de uma área minerada em um novo centro urbano. O projeto, localizado em Minas Gerais, tem o objetivo de gerar empregos, impostos, investimentos e renda na região, depois de encerrada a reexploração do minério.

ATLETISMO
Abilio Diniz entregou R$ 200 mil em premiações aos atletas patrocinados pelo Pão de Açúcar que ganharam medalhas no Pan no Rio. Hudson de Souza (ouro), Juliana Paula dos Santos (ouro), Marilson Gomes dos Santos (prata e bronze), Maurren Maggi (ouro) e Roni Santos (bronze) participaram da reunião semanal com a presença de 300 diretores e executivos do grupo.

CENTRO-OESTE
A IBG (Indústria Brasileira de Gases) incrementa seus investimentos no Centro-Oeste. Com a injeção de R$ 5 milhões, a empresa inaugura mais uma fábrica de gases do ar, desta vez no município de Aparecida de Goiânia, na Grande Goiânia. A expectativa é aprimorar o atendimento à carteira de clientes no Estado de Goiás, Brasília e no Triângulo Mineiro.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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