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Setor de caminhões e ônibus ainda reduz vagas
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
Montadoras de caminhões e
ônibus instaladas no Brasil
continuam a adotar medidas
para cortar funcionários e reduzir o ritmo de produção devido à queda nas vendas. As fabricantes ainda sofrem com a retração do mercado gerada pela
crise internacional, que derrubou principalmente as exportações de veículos pesados.
A Mecedes-Benz, que ocupa
o primeiro lugar entre as fabricantes de ônibus e o segundo
em caminhões, mantém aberto
desde fevereiro um PDV (Programa de Demissão Voluntária) na sua unidade de São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com o Sindicato
dos Metalúrgicos, o PDV, que
sofreu três prorrogações, já resultou na saída de pelo menos
1.300 funcionários (todos aposentados), o que representa
uma redução de cerca de 10%
no quadro de empregados da
fábrica. Só neste ano a empresa
realizou 17 paralisações, totais
e parciais, de sua produção.
A Scania, que também está
instalada em São Bernardo do
Campo, é outra montadora do
setor com PDV aberto -o segundo no ano. Em julho, a empresa teve dez dias de férias coletivas e, atualmente, mantém
"um grupo" de funcionários em
licença remunerada, afirmou a
sua assessoria.
De acordo com um funcionário do setor de caminhões da
Scania, que pediu anonimato, a
montadora produz hoje 35 desses veículos por dia. Há apenas
um turno de trabalho no setor,
em que atuam 29 pessoas. Antes da crise, eram dois turnos
com 71 funcionários, que chegaram a produzir até 96 unidades por dia.
Na Volvo, que produz caminhões e ônibus no Paraná, as
mais recentes férias coletivas
terminaram há uma semana. A
empresa também encerrou recentemente, em 31 de julho, o
primeiro PDV aberto em 2009.
Como contrapartida ao incentivo dado pelo governo na
redução de IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados), as
montadoras se comprometeram a não fazer cortes de emprego -com exceção de PDVs.
Diferentemente do que ocorreu com os automóveis, que registram recordes seguidos de
vendas, o benefício fiscal não
foi suficiente para promover a
recuperação do setor de caminhões e ônibus, apesar de as
vendas internas terem aumentado nos últimos meses.
Na comparação entre os sete
primeiros meses de 2008 e
2009, a produção de caminhões
caiu 33,5%, e a de ônibus, 29%.
"As empresas voltadas para o
mercado interno estão conseguindo atravessar bem. Já para
quem depende de exportações,
que é o caso do setor de caminhões e ônibus, o cenário
[atual] deve seguir até o final do
ano", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, Sérgio Nobre.
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