São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Tarifa deve render US$ 39 bi a banco nos EUA

Instituições aumentam valor da taxa sobre cheque especial, na primeira alta em um período de recessão em mais de 40 anos

Bancos dizem que as tarifas compensam o risco incorrido em nome de clientes que não dispõem de fundos suficientes em suas contas

DO "FINANCIAL TIMES"

Os bancos dos EUA devem receber o recorde de US$ 38,5 bilhões em tarifas sobre cheques especiais de seus clientes neste ano. A maior parte desse dinheiro virá de consumidores que estão enfrentando problemas financeiros devido à recessão, segundo pesquisa. O montante a ser recebido é mais que o dobro do reportado em 2000.
O dado deve aumentar ainda mais a hostilidade do público contra o setor, que tem recebido pressão para que alivie o aperto sofrido por consumidores por meio de uma oferta maior de crédito e adoção de práticas de empréstimo mais justas, depois que os bancos tiveram de ser socorridos por dinheiro dos contribuintes. O BC dos EUA está trabalhando na preparação de regras para as tarifas sobre cheques especiais.
Dados da empresa de pesquisa Moebs Services demonstram que a crise levou muitos bancos a aumentar os juros dos cheques especiais e dos cartões de crédito, a fim de maximizar os seus ganhos. A tarifa média por uso de cheque especial neste ano subiu de US$ 25 para US$ 26, a primeira ocasião em que ela aumentou durante uma recessão em mais de 40 anos.
"Os bancos estão retornando a um modelo de negócios cuja base são as tarifas, e as tarifas sobre cheques especiais são o principal filão", afirmou Mike Moebs, fundador da empresa.
As tarifas sobre cheques especiais responderam por mais de 75% das tarifas de serviços cobradas sobre as contas-correntes de clientes, afirmou.

Maioria
Os dados mostram que 90% das receitas com tarifas de cheque especial nos EUA provêm de 10% dos 130 milhões de contas-correntes existentes no país. O uso regular do limite de crédito dos cheques especiais é mais frequente entre os clientes com histórico desfavorável de crédito, segundo a Moebs.
Os bancos afirmam que as tarifas compensam o risco incorrido em nome de clientes que não dispõem de fundos suficientes em suas contas.
As tarifas mais altas sobre cheques especiais são as cobradas pelos maiores bancos. Nos bancos com ativos superiores a US$ 50 bilhões, grupo que inclui Citigroup, Bank of America, JPMorgan e Wells Fargo, a tarifa média pelo uso de cheques especiais é de US$ 33.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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