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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

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Acordo pode recuperar economias

DO ENVIADO ESPECIAL A CANCÚN

A OMC (Organização Mundial do Comércio) abriu ontem sua 5ª Conferência Ministerial tocando uma antiga canção: a de que compromissos com a liberdade de comércio ajudarão a economia mundial a "entrar em cheio na rota de recuperação sustentada", como disse o diretor-geral da instituição, o tailandês Supachai Panitchpakdi.
Para o diretor-geral, a escolha a ser feita em Cancún é: "Ou continuamos a fortalecer o sistema multilateral de comércio e a economia mundial, ou vacilamos e aumentamos as incertezas predominantes".
A idéia de que livre comércio e crescimento econômico andam de mãos dadas ganhou um reforço em 1999, com o fracasso da reunião ministerial da OMC em Seattle (Estados Unidos).
Logo em seguida, a economia norte-americana começou a patinar e arrastou o resto do mundo. Se houve ou não relação direta de causa e efeito entre uma coisa e outra, não está cientificamente estabelecido.
A sessão inaugural bateu também na tecla de que há um vínculo entre redução da pobreza e liberalização comercial, tese que a maioria das ONGs (organizações não-governamentais) rejeita firmemente.
Tanto rejeita que um grupo de cerca de 60 militantes delas levantou-se quando Panitchpakdi começou a falar na sessão inaugural, muitos com tarjas pretas na boca, e todos com cartazes atacando a OMC -ou por obsoleta ou por falta de transparência.
"Queríamos sublinhar o fato de que a OMC está fadada ao fracasso como organização para trazer justiça e prosperidade", explica o brasileiro Marcelo Furtado, do grupo ambientalista Greenpeace International.
Pelo menos um dos oradores comprou as teses das ONGs, embora, como é óbvio, sem criticar a OMC.
O embaixador brasileiro Rubens Ricupero, diretor-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento), disse que "a retórica do comércio mundial está cheia de promessas. Lamentavelmente, a realidade do sistema de comércio internacional não coincide com sua retórica. Em lugar de mercados livres, há demasiadas barreiras, que atrofiam, asfixiam e afogam". (CR)


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