MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação saiu da rota no início deste mês em São Paulo. Os preços praticados nos últimos 30 dias até 7 deste mês subiram 0,91%, acima das expectativas. Em agosto, a alta havia sido de 0,63%.
O aumento de 0,91% fez a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) rever a projeção da taxa deste mês para 0,60%. A previsão anterior era de 0,40%.
"Esse descolamento da taxa não compromete a tendência de queda da inflação", diz Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe. A alta foi provocada basicamente por tarifas -que terão efeito curto- e por alimentos.
Entre os alimentos, as maiores pressões vêm das carnes, principalmente a bovina. Essa alta é uma antecipação do que tradicionalmente ocorre em outubro, quando a entressafra é mais forte, diz Heron.
Apesar dessa aceleração dos preços neste início de mês, o economista da Fipe mantém a estimativa da inflação deste ano para uma taxa próxima de 7%. Heron diz que onde há controle de preços a pressão é forte. Fora desse controle, os preços estão calmos.

IGP-DI
O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) mostra que os efeitos do período de entressafra já haviam atingido os preços no atacado em agosto. O índice, da Fundação Getúlio Vargas, subiu 0,62% no mês passado, após três meses de deflação.
Pressionado pelo fim da safra, o IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu de menos 0,59% em julho para 0,70% em agosto. O IPA agrícola passou de uma oscilação negativa de 0,42%, em julho, para alta de 1,77% em agosto.
Para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o efeito do fim das colheitas poderá elevar a inflação em setembro. O IGP-DI acumula alta de 25,85% em 12 meses.