DA REPORTAGEM LOCAL

O empréstimo com desconto em folha de pagamento já é pratica de muitos bancos e empresas. Segundo a Febraban (federação dos bancos), a maior parte das instituições financeiras realiza esse tipo de transação.
"A diferença é que, com a medida provisória, os bancos vão ter garantia jurídica para realizar essa operação", diz Valdery Albuquerque, diretor da instituição e presidente da Nossa Caixa.
A inadimplência mais baixa dessa transação possibilita taxas de juros menores, de 3,5% a 4% ao mês em média. Para um empréstimo pessoal sem desconto em folha, as taxas são de 5,5% a 6% ao mês, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Além da chance menor de calote, esse tipo de transação é rentável para os bancos porque os custos operacionais (gastos com o atendimento físico do cliente) são mais baixos.

Acordo
Com 520 funcionários, a Karmann-Ghia, metalúrgica de São Bernardo do Campo, assinou o primeiro acordo com a Cooperativa de Crédito dos Metalúrgicos do ABC para desconto em folha de empréstimos concedidos aos empregados. Criada há um mês, a cooperativa pertence ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) e tem capital de R$ 18 mil.
O acordo prevê que o funcionário se associe à cooperativa para conseguir o empréstimo. O funcionário compra uma cota mínima de R$ 155 e pode fazer um empréstimo de até três vezes esse valor. Os juros cobrados sobre o empréstimo são de 2,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial).
Para se associar à cooperativa, é preciso pagar uma taxa de administração de 2% e apresentar avalista também sócio da cooperativa. No caso da Karmann-Ghia, a empresa será fiadora dos empréstimos. "O desconto do é feito mês a mês no contracheque, e o valor da parcela não poderá ultrapassar 25% do salário", diz José Vitório Cordeiro Filho, presidente da cooperativa. As cotas são corrigidas mensalmente pela taxa de correção da poupança, mais 10%. Exemplo: se a poupança render 1%, o rendimento na cooperativa será de 1,1%. (MP e CR)

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