São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2007

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BNDES afirma que captará no exterior para atender pedidos

Crédito de 400 milhões deve sair nos próximos meses, diz Luciano Coutinho

"Meu diretor financeiro às vezes pede que a gente comece a segurar, mas eu já disse que não deixaremos de apoiar projetos", afirma

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai captar recursos no mercado internacional para sustentar o crescimento da demanda por empréstimos para novos investimentos.
A projeção é a de que a taxa de investimentos da economia, que em 2006 ficou em 16,8% do PIB (Produto Interno Bruto), atinja 21% do PIB em 2009, fechando 2008 com 19,3% e 2007 com 17,3%. "Estamos numa curva ascendente de investimentos que pode até não se realizar nessa extensão, mas temos condições de mitigar muito os efeitos externos [da crise financeira internacional] sobre a expansão da economia brasileira e manter o ciclo de investimentos", afirmou ontem Luciano Coutinho, presidente do BNDES em evento na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Entre as alternativas disponíveis, de acordo com Coutinho, para fazer jus à provisão de recursos financeiros, é voltar a lançar debêntures (emissão de títulos de crédito) no mercado nacional -como fez há pouco mais de um mês em operação no valor de R$ 1,35 bilhão-, como também buscar capital no exterior.
Segundo Coutinho, o BNDES vem mantendo entendimentos com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Banco Mundial e aguarda para os próximos dois meses uma missão do Banco Europeu de Investimentos, que deverá liberar linha de crédito no valor de 400 milhões. "Eles nos ofereceram sem pedirmos. Podemos precisar mais que isso, mas isso seria só para iniciar."
Em sua palestra na Fiesp, Coutinho disse que, enquanto em julho o estoque de operações de crédito aprovadas pelo BNDES nos últimos 12 meses estava em R$ 92,5 bilhões, hoje foi aberta uma diferença de R$ 32,5 bilhões entre o estoque de volume aprovado e o fluxo de desembolso realizado pelo banco. "Meu diretor financeiro às vezes arranca os cabelos e pede que a gente comece a segurar, a mexer em critérios de aprovação, e eu já disse que não deixaremos de apoiar nenhum projeto que tenha retorno econômico e social satisfatório. [Digo:] vocês se virem. Vão buscar dinheiro para suplementar o funding", disse, acrescentando essa será uma tarefa para os próximos três anos, mas que "não é uma coisa tão difícil". "Felizmente o BNDES é um banco com contas extremamente sólidas, com "rating" de alta qualidade, e o Brasil conseguir o grau de investimento, e isso ajuda ainda mais o banco a conseguir recursos no exterior."
A carteira de investimentos do BNDES em julho previa demanda de recursos de R$ 27,9 bilhões para 96 projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), 74% deles dedicados ao setor de energia.


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