|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BNDES afirma que captará no exterior para atender pedidos
Crédito de 400 milhões deve sair nos próximos meses, diz Luciano Coutinho
"Meu diretor financeiro às vezes pede que a gente comece a segurar, mas eu já disse que não deixaremos de apoiar projetos", afirma
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) vai captar recursos
no mercado internacional para
sustentar o crescimento da demanda por empréstimos para
novos investimentos.
A projeção é a de que a taxa
de investimentos da economia,
que em 2006 ficou em 16,8% do
PIB (Produto Interno Bruto),
atinja 21% do PIB em 2009, fechando 2008 com 19,3% e 2007
com 17,3%. "Estamos numa
curva ascendente de investimentos que pode até não se
realizar nessa extensão, mas temos condições de mitigar muito os efeitos externos [da crise
financeira internacional] sobre
a expansão da economia brasileira e manter o ciclo de investimentos", afirmou ontem Luciano Coutinho, presidente do
BNDES em evento na sede da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Entre as alternativas disponíveis, de acordo com Coutinho, para fazer jus à provisão
de recursos financeiros, é voltar a lançar debêntures (emissão de títulos de crédito) no
mercado nacional -como fez
há pouco mais de um mês em
operação no valor de R$ 1,35 bilhão-, como também buscar
capital no exterior.
Segundo Coutinho, o BNDES
vem mantendo entendimentos
com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o
Banco Mundial e aguarda para
os próximos dois meses uma
missão do Banco Europeu de
Investimentos, que deverá liberar linha de crédito no valor
de 400 milhões. "Eles nos
ofereceram sem pedirmos. Podemos precisar mais que isso,
mas isso seria só para iniciar."
Em sua palestra na Fiesp,
Coutinho disse que, enquanto
em julho o estoque de operações de crédito aprovadas pelo
BNDES nos últimos 12 meses
estava em R$ 92,5 bilhões, hoje
foi aberta uma diferença de R$
32,5 bilhões entre o estoque de
volume aprovado e o fluxo de
desembolso realizado pelo
banco. "Meu diretor financeiro
às vezes arranca os cabelos e
pede que a gente comece a segurar, a mexer em critérios de
aprovação, e eu já disse que não
deixaremos de apoiar nenhum
projeto que tenha retorno econômico e social satisfatório.
[Digo:] vocês se virem. Vão
buscar dinheiro para suplementar o funding", disse,
acrescentando essa será uma
tarefa para os próximos três
anos, mas que "não é uma coisa
tão difícil". "Felizmente o
BNDES é um banco com contas extremamente sólidas, com
"rating" de alta qualidade, e o
Brasil conseguir o grau de investimento, e isso ajuda ainda
mais o banco a conseguir recursos no exterior."
A carteira de investimentos
do BNDES em julho previa demanda de recursos de R$ 27,9
bilhões para 96 projetos do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), 74% deles
dedicados ao setor de energia.
Texto Anterior: Balança: Saldo comercial é de US$ 1,2 bi na 1ª semana Próximo Texto: Estudo vê perda de competitividade na indústria de SP Índice
|