COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A indústria paulista de transformação, tradicional líder no setor nacional, vem perdendo competitividade principalmente devido à elevação de seus custos de forma desproporcional ao crescimento de sua receita. Esse é o tema de estudo apresentado ontem na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) por representantes da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, como o vice-governador Alberto Goldman e o vice-secretário Carlos Américo Pacheco.
O estudo de competitividade, realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em parceria com as universidades estaduais paulistas USP, Unesp e Unicamp, visa realizar um diagnóstico das principais cadeias produtivas do Estado e identificar gargalos ao desenvolvimento com vistas a ações públicas e privadas que reforcem a competitividade das empresas paulistas.
"Em vários segmentos, a maior ameaça é o aumento do conteúdo importado e a transferência de investimentos para outros Estados ou países. Em alguns segmentos, isso não é uma ameaça, é um fato", disse Goldman.
Para mostrar a queda de competitividade, o estudo adota como parâmetro um conceito denominado VTI (Valor da Transformação Industrial). No período entre 1996 e 2005, esse índice da indústria paulista caiu de 49,4% para 43,8%, enquanto o da indústria nacional avançou de 50,6% para 56,2%.
Entre os motivos apontados, estão a política macroeconômica, a desconcentração regional, que direcionou investimentos para outros Estados, e a guerra fiscal, que incentivou a migração de indústrias paulistas.
Esses fatores teriam pesado mais às atividades das empresas paulistas: os custos subiram 27,2%, mais do que o dobro do crescimento das receitas no período (12,25%), enquanto no país, em geral, esses índices foram 42,5% e 58%, respectivamente.


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