São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Para indústria, demanda interna justifica mais recursos

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor industrial promete manter o investimento nos próximos meses. A indústria avalia que a forte demanda interna justifica a alocação de recursos para a construção civil e a compra de máquinas e equipamentos para melhorar a performance industrial.
A participação do investimento no PIB no 2º trimestre foi de 18,7%, a maior fatia em igual trimestre desde 1995. Na ocasião, a participação da Formação Bruta de Capital Fixo no Produto Interno Bruto foi de 19,8%. Para os integrantes do Conselho Superior da Fiesp, reunidos ontem em São Paulo, o desempenho do PIB e do investimento deve ser mantido.
"Muito bom", reagiu Roger Agnelli, presidente da Vale, ao saber do resultado do segundo trimestre. A Vale administra um plano de investimento de US$ 11 bilhões só para 2008. "Crescimento impressionante", comentou Marcelo Odebrecht, presidente do Grupo Odebrecht. De acordo com ele, o investimento industrial "está forte e vai continuar".
Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, não acredita que a instabilidade do mercado de capitais possa influenciar a disposição de investimento na economia real. "Há uma efeito psicológico apenas. Os investimentos continuam", disse.
O avanço dos investimentos industriais é apontado como fundamental para o afrouxamento da política monetária do Banco Central. "Há três efeitos importantes no surpreendente ritmo de investimento. Há aumento do parque industrial, há melhoria da produtividade e há, sobretudo, uma expansão do PIB potencial", diz Carlos Frederico Rocha, pesquisador do Grupo de Indústria e Competitividade da UFRJ.
Segundo ele, o BC tem apontado que o PIB potencial brasileira é de 3,5%. "Qualquer crescimento acima disso gera inflação. O que temos visto é que o país tem crescido mais e a inflação está controlada. Isso significa que o PIB potencial cresceu", disse. Com isso, o Copom já tem condições de reduzir a carga de juros como mecanismo de controle da inflação.
"Os resultados significam que há garantia por parte da oferta [de bens] de que a demanda será atendida", afirma Rogério Cesar Souza, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). A manutenção do investimento está garantida, de acordo com ele, em razão do ritmo da demanda das famílias, que cresceu 6,7% no 2º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007. "O consumo das famílias continua a ser o alimento para a decisão de investimentos", explica.


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