São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Empresas privadas puxam alta de 10% do PIB da construção civil no 2º tri

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionada pelos investimentos feitos no país pelo setor privado, a indústria da construção civil cresceu 9,9% na comparação do segundo trimestre com igual período de 2007. Após o IBGE divulgar ontem o resultado do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o setor pode rever para cima sua projeção de expansão neste ano -estimada em 10,2%.
O desempenho do segundo trimestre deste ano é resultado principalmente das decisões de investimentos realizadas entre 6 e 18 meses atrás, avalia o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
"A expansão do crédito para a habitação e os investimentos executados pela indústria, principalmente no segmento petrolífero, e pelo comércio explicam o resultado tão positivo do crescimento da construção civil no segundo trimestre deste ano e no primeiro semestre de 2008", afirma Eduardo Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP.
Na comparação dos primeiros seis meses deste ano com igual período de 2007, a expansão do setor foi de 9,4%. "O PAC contribui em parte para esse resultado, mas não foi o responsável em sustentar esse crescimento", diz. No ano passado, a construção civil cresceu 5%, segundo o IBGE. "Mas, como houve mudança na metodologia, nossa avaliação é que o setor cresceu 7,9%."
As contratações também devem continuar em alta neste ano, seguindo o ritmo da construção civil. De janeiro a julho deste ano, foram contratados no país 271.441 trabalhadores com carteira assinada - alta de 103% no número de novas vagas em relação ao mesmo período de 2007, quando 133.757 pessoas foram admitidas.
Para 2009, o setor já espera uma expansão menor. "As decisões de investimento devem levar em conta o impacto da inflação, com a pressão de custos na produção, na matéria-prima, além de haver mais dificuldades para o crédito, uma vez que os juros aumentaram. Esses fatores devem afetar o fôlego do setor", afirma Zaidan.
Para João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), o mercado imobiliário deve crescer entre 20% e 25% neste ano. "As condições de financiamento, com prazos mais longos e juros mais acessíveis, favoreceram principalmente os imóveis para a classe média, com valores de R$ 50 mil a R$ 200 mil. Esse é o grande mercado que tem sustentado o crescimento do setor", diz.
Crestana ressalta que os investimentos públicos ainda estão longe das cifras necessárias para diminuir o déficit habitacional do país -8 milhões de moradias. "Os recursos da poupança para a habitação devem chegar a R$ 26 bilhões. Os do FGTS, a R$ 10 bilhões. Mas os investimentos públicos, necessários para atender as classes menos favorecidas e mais necessitadas, devem chegar no máximo a R$ 3 bilhões."


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