São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

SEIS POR MEIA DÚZIA
Os produtores de café estão há muito tempo à espera da recuperação do dólar, em relação ao real, o que poderia elevar a renda do setor. A alta do dólar veio, mas os novos números da safra brasileira, indicando 45,8 milhões de sacas, "foram uma ducha de água fria".

SEM EFEITO
A afirmação é de João Lopes Araújo, produtor de café há 36 anos. "É uma frustração e, mais uma vez, não vamos conseguir recuperar renda.", diz ele. O pior é que os custos se mantêm elevados. "Acabo de comprar uma tonelada de uréia por R$ 1.245 na mesma empresa em que paguei R$ 685 em setembro do ano passado", afirma.

PIB AGROPECUÁRIO
O Brasil mostra um bom crescimento, que não é excessivo, mas equilibrado. Um dos pontos "altamente positivos" do PIB no segundo trimestre é o crescimento de 7,1% da agropecuária em relação a 2007. A evolução se deve às safras de café, milho, arroz e soja, na avaliação do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

RENDA AGRÍCOLA
A renda agrícola dos produtores brasileiros, considerando as principais lavouras, deverá atingir R$ 161 bilhões neste ano, 16% a mais do que a de 2007, segundo a Assessoria de Gestão Estratégica, do Ministério da Agricultura. Feijão lidera, com evolução de 82,1%.

QUEDA CONSTANTE
Os produtos agrícolas continuarão a empurrar para baixo a taxa de inflação. É o que mostra pesquisa de preços feita pelo IEA (Instituto de Pesquisas Econômicas), da Secretaria paulista de Agricultura. Em média, os produtores paulistas receberam 4,4% menos nas últimas quatro semanas.

ORIGEM VEGETAL
As maiores quedas ocorreram com os produtos de origem vegetal, onde o IEA registrou recuo médio de 5,7%. Essa queda foi puxada por tomate (59%), batata (35%) e trigo (32%). Os produtos de origem animal caíram 1,2%.

SEM CRISE
A alta dos preços dos fertilizantes não trará uma crise alimentar, disse Alexey Naumov, em visita à Embrapa Pecuária Sudeste. Especialista em adubos e professor da Universidade Lomonosov, de Moscou, ele acredita que o aumento de preços vai incentivar mais pesquisas no setor, com o objetivo de reduzir custos e desperdícios.

ESTOQUES BAIXOS
Os estoques de trigo do Canadá recuaram para 4,82 milhões de toneladas e estão nos menores patamares desde o final da década de 1980. Safra menor e exportações maiores derrubaram os estoques, informou o consultor Greg Kostal à Bloomberg.


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