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Lula prevê crescimento de 5% para o PIB em 2010
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA (CE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que prevê para 2010 aumento do número de empregos, estimando
que a economia cresça 5%.
Na véspera da divulgação do
resultado do PIB no segundo
trimestre, marcada para hoje, o
presidente disse que "vai ter
emprego para todo mundo logo, logo, porque, se a economia
continuar crescendo do jeito
que ela já está crescendo e [se
no] ano que vem a gente tiver
um crescimento de 5%, eu acho
que nós entraremos em um outro momento histórico de crescimento econômico e vamos
precisar de muita mão de obra
especializada".
Lula disse que o país deverá
crescer ainda mais com a descoberta de petróleo no pré-sal,
mas que ainda não é possível
estimar o impacto econômico.
O presidente afirmou ainda
que as escolas técnicas inauguradas no seu governo possibilitarão que as pessoas sejam absorvidos a partir de 2010 pelo
crescimento da economia.
Disse que é o presidente que
mais investiu em educação e
criticou os antecessores: "Saio
da Presidência da República
com a consciência de que eu
sou o presidente que mais investiu em educação neste país.
Não falo isso com orgulho, não,
porque teve presidente que ficou seis anos, cinco anos, quatro anos, oito anos, e não fizeram uma universidade, não fizeram uma escola técnica".
Mantega
Em entrevista à BBC Brasil, o
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, disse achar "temerário" que as diretrizes do governo Lula sejam mudadas após as
eleições do próximo ano e que,
se isso ocorrer, o novo governo
"vai apanhar".
"O destino do Brasil já está
traçado, mesmo que haja mudança na administração, que
não seja um candidato petista
que ganhe a eleição. As principais diretrizes são conquistas
do povo brasileiro. Se mudar,
vai apanhar. Se alguém assumir
e começar a mudar isso, não vai
se aguentar no governo", disse.
Mantega também disse duvidar de que o Bolsa Família e outros programas sociais possam
ser desativados. "O curso das
políticas já está dado. Eu duvido que [o novo governo] desative o Bolsa Família, os programas sociais. A população não
vai deixar. Duvido que diminua
investimentos, que bancos públicos diminuam sua atuação,
que a Petrobras deixe de ser a
principal agente do pré-sal."
O grau de influência do Estado na economia e nas instituições deve ser um dos principais
temas da eleição presidencial e,
segundo Mantega, o Brasil não
caminha para o "velho estatismo". "No Brasil, o Estado tem o
papel de estimular o crescimento, mas isso não significa a
volta do estatismo."
Mantega rebateu também
críticas de que o Brasil passa
por um momento de "virada
nacionalista" com o novo marco regulatório do pré-sal.
"Acho que essa visão é equivocada. O capital estrangeiro
no Brasil tem o mesmo status
que o capital nacional, não há
restrição. Agora, no campo do
petróleo, que é um campo estratégico, a coisa é diferente.
Defender os interesses nacionais, todos os países defendem.
Nunca vi mais bandeiras nacionais do que nos EUA."
Com o discurso de que a crise
já ficou para trás no Brasil,
Mantega se arriscou a prever
que, na próxima década, o país
já será "a quinta ou a sexta economia do mundo".
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