São Paulo, sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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Lula prevê crescimento de 5% para o PIB em 2010

SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA (CE)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que prevê para 2010 aumento do número de empregos, estimando que a economia cresça 5%.
Na véspera da divulgação do resultado do PIB no segundo trimestre, marcada para hoje, o presidente disse que "vai ter emprego para todo mundo logo, logo, porque, se a economia continuar crescendo do jeito que ela já está crescendo e [se no] ano que vem a gente tiver um crescimento de 5%, eu acho que nós entraremos em um outro momento histórico de crescimento econômico e vamos precisar de muita mão de obra especializada".
Lula disse que o país deverá crescer ainda mais com a descoberta de petróleo no pré-sal, mas que ainda não é possível estimar o impacto econômico.
O presidente afirmou ainda que as escolas técnicas inauguradas no seu governo possibilitarão que as pessoas sejam absorvidos a partir de 2010 pelo crescimento da economia.
Disse que é o presidente que mais investiu em educação e criticou os antecessores: "Saio da Presidência da República com a consciência de que eu sou o presidente que mais investiu em educação neste país. Não falo isso com orgulho, não, porque teve presidente que ficou seis anos, cinco anos, quatro anos, oito anos, e não fizeram uma universidade, não fizeram uma escola técnica".

Mantega
Em entrevista à BBC Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse achar "temerário" que as diretrizes do governo Lula sejam mudadas após as eleições do próximo ano e que, se isso ocorrer, o novo governo "vai apanhar".
"O destino do Brasil já está traçado, mesmo que haja mudança na administração, que não seja um candidato petista que ganhe a eleição. As principais diretrizes são conquistas do povo brasileiro. Se mudar, vai apanhar. Se alguém assumir e começar a mudar isso, não vai se aguentar no governo", disse.
Mantega também disse duvidar de que o Bolsa Família e outros programas sociais possam ser desativados. "O curso das políticas já está dado. Eu duvido que [o novo governo] desative o Bolsa Família, os programas sociais. A população não vai deixar. Duvido que diminua investimentos, que bancos públicos diminuam sua atuação, que a Petrobras deixe de ser a principal agente do pré-sal."
O grau de influência do Estado na economia e nas instituições deve ser um dos principais temas da eleição presidencial e, segundo Mantega, o Brasil não caminha para o "velho estatismo". "No Brasil, o Estado tem o papel de estimular o crescimento, mas isso não significa a volta do estatismo."
Mantega rebateu também críticas de que o Brasil passa por um momento de "virada nacionalista" com o novo marco regulatório do pré-sal.
"Acho que essa visão é equivocada. O capital estrangeiro no Brasil tem o mesmo status que o capital nacional, não há restrição. Agora, no campo do petróleo, que é um campo estratégico, a coisa é diferente. Defender os interesses nacionais, todos os países defendem. Nunca vi mais bandeiras nacionais do que nos EUA."
Com o discurso de que a crise já ficou para trás no Brasil, Mantega se arriscou a prever que, na próxima década, o país já será "a quinta ou a sexta economia do mundo".


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