LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília

Prevista para ser realizada neste mês, a privatização da maior reserva de nióbio do mundo, localizada em São Gabriel da Cachoeira (AM), foi adiada por 120 dias. Segundo a Folha apurou, a licitação poderá ser definitivamente cancelada durante esse período.
A suspensão da venda da jazida foi decidida por pressão do Ibama (órgão de fiscalização ambiental do governo) sobre a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), empresa do Ministério de Minas e Energia responsável pela licitação.
Vencedor da disputa interna no governo, o Ibama é contra o negócio porque a reserva está localizada dentro de duas áreas ambientais -Parque Nacional do Pico da Neblina e Reserva Biológica Estadual do Morro dos Seis Lagos.
A CPRM reconhece o fato em documento distribuído aos interessados na compra. Para a companhia, a questão ambiental é problema de quem vencer a licitação.
O nióbio é utilizado na fabricação de aços de alta resistência, como os usados em naves espaciais.
Os direitos de pesquisa e lavra da reserva foram colocados à venda por R$ 600 mil.
A CPRM afirma que o baixo preço deve-se a dois fatos: o mercado mundial está superabastecido do produto e a área onde fica a reserva -no morro dos Seis Lagos, próximo ao Pico da Neblina- é de difícil acesso.
A divulgação do vencedor da licitação estava marcada para o próximo dia 21. No entanto, a CPRM irá publicar um edital no "Diário Oficial" da União, na próxima semana, comunicando a suspensão do negócio por 120 dias.



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