São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

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Fundos conturbam agronegócio

DA REDAÇÃO

Administrar custos nas indústrias que dependem de produtos agrícolas era mais fácil até há poucos anos. Com os dados de estoques iniciais de cada produto, mais as previsões de safra e de consumo mundiais, previa-se os preços para os próximos meses.
Um novo componente foi adicionado nos últimos anos nesse mercado: a participação dos fundos de investimento. Com a crise mundial e o baixo movimento nas Bolsas, os fundos de investimento direcionaram grande volume de dinheiro para o mercado de commodities agrícolas.
A cada entrada ou saída desses fundos nesse mercado os preços sofrem oscilação, comprometendo os orçamentos das indústrias consumidoras de matéria-prima.
Quando o mercado acionário está em alta, os fundos vendem suas ações e aplicam o dinheiro no mercado agrícola, pressionando os preços. Se as ações estão baratas, eles saem do mercado agrícola, derrubando os preços.
A participação dos fundos no mercado agrícola poderia ser salutar para estimular as negociações no setor. O volume de dinheiro dessas instituições, no entanto, é muito grande em relação ao mercado de commodities, o que desestabiliza os preços.
O comportamento do trigo mostra os efeitos dessa participação dos fundos. Há algumas semanas, os preços atingiram US$ 4,30 por bushel (27,2 quilos) e já caíram para US$ 3,70 em Chicago, mesmo com o cenário de oferta mundial tendo se complicado ainda mais no período.


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