|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Santander cobra mais que Real por serviços
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Boa parte das tarifas que o
Santander cobra por serviços
bancários é mais alta do que a
tabela do Real, segundo a comparação da Febraban. Por outro
lado, o banco espanhol atendeu
a maioria das queixas que recebeu no Procon-SP em 2006.
Segundo a Febraban, a anuidade do cartão de crédito internacional básico custa R$ 72,00
no Real e R$ 94,00 no Santander. O extrato mensal em caixa
eletrônico próprio, dentro da
agência, sai por R$ 1,40 no Real
e R$ 2,94 no Santander.
A lista dos preços de serviços
bancários no país está em
www.febraban.com.br.
Héssia Costilla, economista
da Pro Teste (associação de defesa do consumidor), avalia que
a lista é completa. Ela argumenta que é difícil para o consumidor comparar serviços como cartões e cestas oferecidas
na abertura de contas porque
não há padronização nos itens.
Em relação à tarifa menor
cobrada pelo Real para o cartão,
a economista avalia que é preciso pesquisar tarifas antes de
contratar o serviço. "Há bancos
que cobram menos que isso."
Ela ressalta, porém, que o cartão considerado básico pode
ser diferente entre os bancos.
Ouvidoria
No oitavo dia de funcionamento da ouvidoria dos bancos,
serviço iniciado no país em 1º
de outubro, por determinação
do Banco Central, os ouvidores
do Santander e do Banco Real
informaram à Folha o balanço
parcial do novo canal.
De acordo com Giselda Gianpietro, ouvidora do Real, as reclamações mais recorrentes
são sobre abertura e encerramento de contas. Na primeira
semana de trabalho, sua equipe, composta por 40 pessoas,
recebeu cerca de 90 ligações ao
dia e 150 e-mails diários.
"O maior desafio é fazer com
que as reclamações que chegam à ouvidoria levem a mudanças de procedimentos dentro do banco", afirma.
Marcelo Lizardi, ouvidor do
Santander, disse receber 60 casos por dia, entre telefonemas e
e-mails, meio usado em 15%
das reclamações.
Lizardi afirma que 48% dos
relatos são motivados porque o
cliente não ficou satisfeito com
a solução encontrada pelo banco em uma primeira reclamação efetuada.
O banco Santander recebeu
36 reclamações no Procon São
Paulo no ano passado e deixou
de atender 33% das 36 queixas
recebidas. O problema mais reclamado foi o de cobrança indevida, mas o banco resolveu
14 dos 18 casos relatados ao
Procon-SP.
"Temos total interesse de solucionar casos do Procon. Nós
nos ajustamos à medida que o
cliente tem razão", disse o ouvidor do Santander.
Em 2006, o Banco Real foi alvo de 57 reclamações no órgão.
A empresa deixou de atender,
segundo o Procon, 36 casos relatados-o que equivale a 63%
do total. A principal queixa dos
clientes da empresa foi de cobrança indevida. Das 17 reclamações recebidas, dez não foram resolvidas e sete sim.
A ouvidora do banco disse
que todas as ligações encaminhadas ao Procon de São Paulo
foram atendidas e que o Real
não mudou procedimentos nos
casos em que julgou que o
cliente não tinha razão.
De acordo com o Banco Central, o Real obteve, em agosto, a
oitava posição entre os bancos
que receberam mais reclamações no país-foram 143 queixas consideradas procedentes
pelo BC. O Santander ficou
com a vice-liderança no ranking dos mais criticados, com
263 casos em agosto.
(VERENA FORNETTI E TONI SCIARRETTA)
Texto Anterior: Barbosa pode ter de deixar a Febraban Próximo Texto: Concorrência: Cade pede mais informações para avaliar negócio Índice
|