São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Santander cobra mais que Real por serviços

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Boa parte das tarifas que o Santander cobra por serviços bancários é mais alta do que a tabela do Real, segundo a comparação da Febraban. Por outro lado, o banco espanhol atendeu a maioria das queixas que recebeu no Procon-SP em 2006.
Segundo a Febraban, a anuidade do cartão de crédito internacional básico custa R$ 72,00 no Real e R$ 94,00 no Santander. O extrato mensal em caixa eletrônico próprio, dentro da agência, sai por R$ 1,40 no Real e R$ 2,94 no Santander.
A lista dos preços de serviços bancários no país está em www.febraban.com.br.
Héssia Costilla, economista da Pro Teste (associação de defesa do consumidor), avalia que a lista é completa. Ela argumenta que é difícil para o consumidor comparar serviços como cartões e cestas oferecidas na abertura de contas porque não há padronização nos itens.
Em relação à tarifa menor cobrada pelo Real para o cartão, a economista avalia que é preciso pesquisar tarifas antes de contratar o serviço. "Há bancos que cobram menos que isso." Ela ressalta, porém, que o cartão considerado básico pode ser diferente entre os bancos.

Ouvidoria
No oitavo dia de funcionamento da ouvidoria dos bancos, serviço iniciado no país em 1º de outubro, por determinação do Banco Central, os ouvidores do Santander e do Banco Real informaram à Folha o balanço parcial do novo canal.
De acordo com Giselda Gianpietro, ouvidora do Real, as reclamações mais recorrentes são sobre abertura e encerramento de contas. Na primeira semana de trabalho, sua equipe, composta por 40 pessoas, recebeu cerca de 90 ligações ao dia e 150 e-mails diários.
"O maior desafio é fazer com que as reclamações que chegam à ouvidoria levem a mudanças de procedimentos dentro do banco", afirma.
Marcelo Lizardi, ouvidor do Santander, disse receber 60 casos por dia, entre telefonemas e e-mails, meio usado em 15% das reclamações.
Lizardi afirma que 48% dos relatos são motivados porque o cliente não ficou satisfeito com a solução encontrada pelo banco em uma primeira reclamação efetuada.
O banco Santander recebeu 36 reclamações no Procon São Paulo no ano passado e deixou de atender 33% das 36 queixas recebidas. O problema mais reclamado foi o de cobrança indevida, mas o banco resolveu 14 dos 18 casos relatados ao Procon-SP.
"Temos total interesse de solucionar casos do Procon. Nós nos ajustamos à medida que o cliente tem razão", disse o ouvidor do Santander.
Em 2006, o Banco Real foi alvo de 57 reclamações no órgão. A empresa deixou de atender, segundo o Procon, 36 casos relatados-o que equivale a 63% do total. A principal queixa dos clientes da empresa foi de cobrança indevida. Das 17 reclamações recebidas, dez não foram resolvidas e sete sim.
A ouvidora do banco disse que todas as ligações encaminhadas ao Procon de São Paulo foram atendidas e que o Real não mudou procedimentos nos casos em que julgou que o cliente não tinha razão.
De acordo com o Banco Central, o Real obteve, em agosto, a oitava posição entre os bancos que receberam mais reclamações no país-foram 143 queixas consideradas procedentes pelo BC. O Santander ficou com a vice-liderança no ranking dos mais criticados, com 263 casos em agosto.
(VERENA FORNETTI E TONI SCIARRETTA)

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