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Companhia controla tratamento de esgoto em Ribeirão Preto
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A espanhola OHL, que arrematou anteontem cinco dos sete lotes em licitação de rodovias
do governo federal, não se restringe a administrar estradas.
Em Ribeirão Preto (SP), a empresa controla o tratamento de
esgoto, por meio da Ambient
Serviços Ambientais de Ribeirão Preto S.A., tendo como sócia a também espanhola Inima,
pertencente ao mesmo grupo.
A estação da OHL foi inaugurada em novembro de 2002 pelo então prefeito, Antonio Palocci Filho (PT), que depois renunciou para assumir a Fazenda e hoje é deputado federal.
Luiz Inácio Lula da Silva, então
presidente eleito, também participou da inauguração.
O projeto de concessão do
sistema de tratamento de esgoto começou em 1994, no primeiro governo de Palocci em
Ribeirão Preto -a assinatura
ocorreu em 1996, ainda sem a
participação da OHL.
Naquele ano, o consórcio
Ambient, formado pela norte-americana CH2MHill e a brasileira REK, venceu a licitação
por R$ 37 milhões, em valores
nominais -hoje, a REK não faz
mais parte da sociedade.
Por problema de garantias,
um financiamento do BNDES
emperrou, e as obras, previstas
para 1998, foram paralisadas.
No ano seguinte, o então prefeito, Luiz Roberto Jábali
(PSDB), já morto, multou o
consórcio em R$ 10,5 milhões
pelo atraso nas obras, mas a
empresa foi anistiada. Nessa
época, as empresas espanholas
entraram no negócio, com intermediação do tucano.
"Até então, não havia participação da OHL. Quando entrei
[na administração], soube que
a Inima pertencia ao grupo da
OHL", disse Darvin José Alves,
atual superintendente do
Daerp (Departamento de Água
e Esgotos de Ribeirão Preto),
que ocupou entre o final de
1999 e 2000 o mesmo cargo no
governo Jábali.
Em 2000, o consórcio inaugurou uma estação com capacidade para tratar 14% do esgoto
da cidade -em 2001, já na segunda administração Palocci, o
petista concedeu subsídio
mensal de R$ 400 mil ao consórcio pelo tratamento do esgoto nessa estação.
A maior estação, chamada
Ribeirão Preto, foi inaugurada
em novembro de 2002, elevando o tratamento do esgoto da
cidade para 60%.
A Folha procurou Palocci
ontem à tarde para comentar o
assunto, mas ele não foi encontrado. A direção da Ambient
em Ribeirão também foi procurada, sem sucesso.
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