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Sócio vê fracasso no leilão de recompra de ações da Telemar
Investidores estrangeiros rejeitaram a oferta de recompra de papéis preferenciais feita pelos acionistas controladores
Acionistas têm até as 12h de hoje para dizer à Bovespa se aceitam vender suas ações para os controladores, ao preço fixo de R$ 45 por ação
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Os acionistas controladores
do grupo Telemar admitiram,
ontem à noite, o fracasso do leilão de recompra de ações preferenciais da holding Tele Norte
Leste Participações (dona das
empresas de telefonia Oi) que
está agendado para hoje, na Bovespa. Os investidores estrangeiros, que concentram cerca
de 50% dos papéis, recusaram a
oferta de R$ 45 por ação, feita
pelos controladores, segundo
os próprios controladores.
O leilão na Bovespa será realizado, a partir das 13h15, conforme previsto, mas desde o
início da tarde de ontem os
acionistas controladores da
companhia consideram que o
objetivo do leilão, que é a compra de pelo menos dois terços
das ações preferencias da Tele
Norte Leste, não será atingido.
Pelas regras do leilão, os acionistas têm até as 12h de hoje para comunicar à Bovespa se aceitam a oferta de venda de suas
ações para os controladores, ao
preço fixo de R$ 45 por ação.
Se pelo menos dois terços
aderirem, o leilão será bem-sucedido, e os controladores comprarão as ações de quem aceitar
a oferta. Se esse patamar não
for atingido, o leilão fracassa, e
tudo volta à estaca zero.
Ocorre que o prazo para a
manifestação dos detentores
de ADRs -(American Depositary Receipts), que são os recibos de ações da Telemar negociadas na Bolsa de Nova York-
terminou no início da tarde de
ontem, e a adesão foi baixa.
Foi isso que levou os acionistas controladores a admitirem
antecipadamente o fracasso do
leilão e que também teria provocado a queda na cotação das
ações da empresa na Bovespa.
As ações da Telemar caíram
3,6% e chegaram ao final do
pregão negociadas a R$ 40.
Segundo um executivo que
participa do processo, para que
o leilão tivesse sucesso, seria
preciso a adesão de detentores
de pelo menos 90 milhões de
ADRs -apenas 40 milhões foram receptivos.
Tentativas
A se confirmar a projeção, será a segunda derrota consecutiva sofrida pelos acionistas controladores do grupo Telemar,
que tentam, desde o ano passado, fazer uma reestruturação
societária na companhia.
Em dezembro último, eles
propuseram converter as ações
preferenciais, sem direito a voto, em ações ordinárias, com direito a voto, na proporção de
2,6 para 1. Foram derrotados,
em assembléia de acionistas,
pelos investidores estrangeiros.
Na ocasião, o presidente da
Oi, Luiz Eduardo Falco, disse
que os acionistas controladores
(BNDES, AG Telecom, La Fonte, GP Investimentos, fundos
de pensão e seguradoras) não
fariam outra proposta de reforma societária, porque consideravam ter feito a melhor oferta
possível.
Ontem, diante do iminente
fracasso do leilão, os acionistas
divergiam entre si sobre a possibilidade de um novo plano.
Enquanto um garantia que não
haverá novas investidas, outro
deixava a possibilidade em
aberto.
O leilão de recompra das
ações foi adiado várias vezes
devido à crise de liquidez do
mercado financeiro internacional, provocada pelos riscos de
perdas no mercado imobiliário
norte-americano.
Os controladores negociaram um financiamento de até
R$ 12,7 bilhões com um pool de
bancos, que incluía, entre outros, o J.P. Morgan, Citibank e
Banco do Brasil, e o BNDES,
que é acionista da Telemar, garantiu o pagamento de até R$
1,2 bilhão. Se o leilão fracassar,
conforme admitem os controladores, a razão para o empréstimo deixa de existir.
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