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Brasil segue entre os países com menor competitividade
Entre os fatores negativos para o ambiente de negócios no país, estão a alta carga tributária e custo do crédito, aponta pesquisa
Brasil continua no 38º lugar em ranking de competitividade que reúne 43 países responsáveis por cerca de 95% do PIB mundial
VERIDIANA SEDEH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil é um dos países menos competitivos do mundo,
segundo pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Entre os fatores negativos para o ambiente
de negócios no país, está a alta
carga tributária, além dos juros
e do "spread" bancário (diferença entre juros captados e repassados ao consumidor), que,
embora tenham caído, estão
entre os maiores do mundo.
Pelo Índice Fiesp de Competitividade das Nações 2007 (IC-Fiesp), divulgado ontem, o Brasil manteve o 38º lugar, entre os
43 países que respondem por
cerca de 95% do PIB (Produto
Interno Bruto) mundial. A classificação foi feita com base em
dados de 2005 e leva em consideração fatores como infra-estrutura, comércio exterior,
produtividade, nível de investimentos e taxa de juros.
"Quando a gente fala em
competitividade, temos que
olhar com quem que a gente está competindo. É como numa
corrida de automóvel, às vezes,
eu estou correndo numa velocidade grande, mas os outros estão correndo mais do que eu. É
isso que está acontecendo com
a competitividade mundial.
Nós estamos avançando, mas
outros avançam numa velocidade muito maior que a nossa",
define José Ricardo Roriz Coelho, diretor titular do Departamento de Competitividade e
Tecnologia da Fiesp.
De acordo com a instituição,
contribuíram para melhorias
no país o comércio exterior e
investimentos em tecnologia.
Numa escala de 0 a 100, na
qual quanto mais alto é o valor,
melhor é o grau de competitividade, o Brasil teve a nota 17,4, o
que o coloca entre o grupo de
países de baixa competitividade, formado por Venezuela
(26,7), México (23,2), Turquia
(16,8), Indonésia (na última posição, com 4,8), entre outros. A
nota média dos países foi 50,0.
Em primeiro lugar no ranking, estão os Estados Unidos
(93,9), seguidos por Suécia
(76,8) e Japão (76,3).
Entre os Brics -grupo de
países formado por Brasil, Rússia, Índia e China-, o Brasil só
ganha da Índia, que fica na penúltima posição, com 14,8. Na
América Latina, fica à frente
apenas da Colômbia (15,0).
O país de Hugo Chávez, por
exemplo, possui taxas de juros
e "spread" menores que as taxas brasileiras, maior escolaridade (6,6 anos para 5 do Brasil)
e investiu 19% do PIB em 2005,
enquanto o investimento brasileiro foi de 16,3%.
Segundo Coelho, os juros altos inibem o crédito e o investimento no país. "Dinheiro é um
bem muito caro no Brasil." O
diretor diz que, para ter expansão de 5% ao ano, seria necessário investir 25% do PIB.
A projeção da Fiesp é que as
notas do Brasil em 2006 e 2007
sejam maiores, mas a posição
no ranking seguirá inalterada.
Para melhorar a competitividade, a instituição recomenda
medidas como a redução do
gasto público, reformas tributárias e da Previdência e a modernização da infra-estrutura.
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