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Bovespa volta a parar pregão; perda no ano atinge 44,3%
Na pior semana desde 1997, Bolsa de SP recua para o menor nível em dois anos
Baixa ontem foi de 3,9%; em
dólar, mercado acionário
do país tem desvalorização de 56,85% no ano, umas das maiores quedas do mundo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa acumulou 20% de
desvalorização nesta que foi
sua pior semana desde outubro
de 1997, quando a crise asiática
abalava os mercados internacionais. No pregão de ontem,
após a melhora sentida na última hora de operações, a Bolsa
de Valores de São Paulo conseguiu encerrar com queda de
3,97%, bem menos intensa que
a verificada no começo do dia.
Em seu momento mais crítico, a Bovespa recuou 10,36%
ontem. Às 10h35, com as perdas rompendo o limite de baixa
de 10%, foi acionado o "circuit
breaker" (sistema que interrompe o pregão), e as negociações foram suspensas por 30
minutos. Apesar da melhora
durante o dia, em nenhum momento o índice Ibovespa (que
reúne as 66 ações mais negociadas) conseguiu sair do vermelho. No fim do pregão, o Ibovespa registrava 35.609 pontos, o
mais baixo nível desde setembro de 2006. No mês, a depreciação da Bolsa está em 28,12%.
Os mercados na Ásia e na Europa tiveram os piores resultados de ontem -a Bolsa de Tóquio perdeu 9,62%; Londres
caiu 8,85%. Em Nova York, o
índice Dow Jones se recuperou
no final e fechou com queda
menos intensa, de 1,49%.
"A desconfiança e a irracionalidade continuaram a tomar
conta dos mercados na semana.
A segunda-feira já começou
com a Bovespa acionando novamente o "circuit breaker",
com o mesmo ocorrendo hoje
[ontem]. O consenso de que as
ações estão baratas parece não
ser suficiente e de fato existe
falta de convicção do mercado,
impossibilitando um movimento de alta", afirma Rossano
Oltramari, sócio-diretor da XP
Investimentos. Das 66 ações
que formam o Ibovespa, apenas
2 escaparam da baixa na semana. A ação unit da ALL (América Latina Logística), que havia
despencado 32,07% na semana
passada, encerrou esta com alta
de 3,20%. E as ações ordinárias
da BM&F Bovespa subiram
2,06%. Apesar da alta semanal,
os papéis da BM&F Bovespa estão entre os que mais perderam
neste ano, com depreciação
acumulada de 70%.
Já entre as maiores desvalorizações do Ibovespa na semana ficaram os papéis B2W Varejo ON (resultante da fusão
entre Americanas.com e Submarino), com queda de 42,05%,
Nossa Caixa ON (-40,05%) e
Aracruz PNB (-38,76%).
Destaque de perdas
Com uma queda de 44,26%
acumulada no ano, a Bovespa
figura entre os mercados acionários que mais sofrem em
2008. Em dólares, a Bolsa paulista registra depreciação de
56,85% no ano.
Em Wall Street, epicentro da
atual crise, a queda anual do índice Dow Jones está em
36,29%. Em Londres, a baixa
acumulada no período é de
39%. E o índice Nikkei, de Tóquio, tem desvalorização de
45,9% em 2008.
Muito dependente das commodities -que têm se depreciado fortemente nas últimas
semanas- e do capital externo
-que tem abandonado as ações
brasileiras-, a Bovespa não
tem conseguido respirar nem
mesmo com os bons fundamentos econômicos do país.
Com o barril de petróleo em
baixa de 10,27% ontem em Nova York, cotado a US$ 77,70, as
ações da Petrobras não tiveram
fôlego para escapar de mais um
dia de baixa. A ação PN da Petrobras, a mais negociada da
Bolsa, caiu 7,26% ontem. No
ano, já recuou 45,36%.
O papel PNA da Vale, que
caiu 9,57% no começo do pregão, conseguiu se recuperar e
fechou com uma baixa de
1,01%.
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