São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009 |
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ROGER AGNELLI Medalha de ouro
NÃO HÁ como não falar dos grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos: Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíada do Rio (2016). Esses eventos representam oportunidades para transformações, como vistas em outros lugares que abrigaram competições desportivas; em todos eles ficou um rastro de desenvolvimento, de progresso, de consciência de nação mais forte e orgulhosa de sua cultura. Barcelona vivia um processo de degradação, mas foi recuperada para o turismo pela Olimpíada de 1992. Atenas, berço dos Jogos, renasceu em 2004. O caso mais recente é Pequim, palco da mais bela Olimpíada da era moderna, que permitiu aos chineses se integrar ao mundo. Essas transformações trazem melhorias na infraestrutura -em especial nos transportes e nas comunicações. No caso de Pequim, fui testemunha de uma China trabalhando unida durante anos para mostrar um país capaz, moderno, hospitaleiro. Foi um show de organização, beleza das instalações. O que ficou? Muita coisa. Os hotéis de Pequim estão entre os melhores do mundo. Melhorou também a condição de vida da população, sem falar no sentimento de orgulho dos chineses. No caso da Olimpíada do Rio, que trará retorno para toda a sociedade brasileira, temos de aplicar correta e transparentemente, e no tempo certo, os investimentos previstos, para que se realize o anunciado e se cumpram compromissos nos prazos estabelecidos. Parabenizo o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman. A vitória do Rio muito nos orgulha. Os eventos desportivos serão uma oportunidade para transformar a vida de milhares de jovens, que serão treinados para participar dos Jogos. O esporte é saudável, requer disciplina, respeito às regras e senso de equipe, além de representar disputa salutar e construtiva. Isso é o que constatamos em nossa experiência num programa social da Vale, o Brasil Vale Ouro, iniciado em 2008. Espalhadas por vários Estados, serão 15 Estações Conhecimento, cujas atividades ajudarão a identificar e a desenvolver os futuros talentos olímpicos para o Brasil. Fico emocionado ao ouvir depoimentos de mães, que relatam como o esporte ajudou a melhorar a vida de seus filhos. Milhares de jovens já estão sendo integrados à sociedade pela prática esportiva. Esse foi justamente o ideal do Barão de Coubertin, pai da Olimpíada moderna: integrar os povos por meio do esporte. Os eventos desportivos a serem realizados aqui trarão benefícios à população brasileira. Muitos empregos serão gerados; para o trabalho em infraestrutura e prestação de serviços, precisaremos de profissionais qualificados e de técnicos. Mas o grande legado dos Jogos ultrapassará o aspecto econômico. Seu valor será sentido no espírito do nosso povo, em especial no dos jovens. O Brasil que surgirá será o de uma sociedade mais participativa, mais alegre. Viveremos uma transformação para melhor. Vamos assistir a uma conjunção de fatores que representará um vetor de aceleração do desenvolvimento e de inclusão social, uma conjunção que, sobretudo, será um catalisador de sentimento de nação. ROGER AGNELLI , 50, economista e diretor-presidente da Vale, escreve neste espaço a cada quatro semanas. Texto Anterior: Chuva cria situação inédita no Paranapanema Próximo Texto: Lula deve prorrogar a desoneração de fogão e geladeira Índice |
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