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País será o 6º maior em petróleo, diz agência
DA REDAÇÃO
O Brasil será em 2015 o sexto
maior produtor mundial de petróleo, ultrapassando alguns
dos países mais tradicionais na
extração do combustível, segundo previsão da AIE (Agência Internacional de Energia).
Com as descobertas na camada do pré-sal, o Brasil terá uma
produção diária de 3,1 milhões
de barris, ficando à frente de
países como Emirados Árabes,
Kuait e Iraque, que são membros da Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo, cartel responsável por cerca de 40% do produto consumido no mundo), sempre tomando como base o estudo da AIE.
Caso essas previsões se confirmem, o Brasil se tornará ainda o maior produtor da América Latina, superando o México
e a Venezuela -que terão queda no setor, ainda que por motivos diversos. O primeiro sofre
com a falta de investimentos na
estatal Pemex; o segundo, com
a saída dos investidores estrangeiros, que debandaram por
causa do governo Hugo Chávez.
No ano passado, o país era o
11º maior produtor, com a extração de 1,8 milhão de barris
de petróleo ao dia. Os 3,1 milhões de barris previstos pela
agência para 2015 são inferiores à estimativa mais recente
da própria, de junho, para 2014.
Na época, ela disse que a produção brasileira chegaria a 3,4 milhões de barris diários -com
aumento constante na extração
a partir do ano que vem.
A AIE ressalta que o Brasil, o
Cazaquistão e o Azerbaijão são
os únicos países que não integram a Opep e que terão um aumento significativo na produção nos próximos anos. No caso
brasileiro, esse crescimento se
deve às descobertas recentes
em águas profundas.
Olhando mais para a frente,
para 2030, o Brasil perderá
uma posição no ranking, sendo
ultrapassado por Canadá e Iraque -mas deixando a China
para trás. No período de 2008 a
2030, apenas o Iraque e o Canadá (graças à extração de óleo
das areias betuminosas) terão
um crescimento anual superior
ao brasileiro na produção.
O avanço brasileiro, quando a
extração do pré-sal provavelmente estiver no seu auge, vai
se dar em um período no qual o
consumo mundial vai continuar crescendo, mas menos do
que a AIE imaginava. A agência
estima uma demanda global
diária de 105,2 milhões de barris em 2030, 1 milhão de barris
menos do que previra no ano
passado. O consumo mundial
de petróleo no ano passado foi
de 88,4 milhões de barris ao dia.
No cenário previsto pela
agência nos próximos 21 anos,
os países ricos passarão a consumir menos petróleo, cuja demanda será puxada pelas economias emergentes, como o
Brasil, a China e a Índia.
Já o preço médio do barril,
em termos nominais, deve saltar dos atuais US$ 60 para cerca de US$ 190 em 2030.
(ÁLVARO FAGUNDES)
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