O presidente Lula irá reunir hoje, em Brasília, os maiores empresários e banqueiros do país para anunciar um conjunto de medidas com o objetivo de incentivar o crescimento da economia em 2009.
Esse minipacote deveria ter sido anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante um encontro com as principais centrais sindicais do país, mas Lula preferiu adiar para ele próprio fazê-lo no encontro de hoje com os líderes empresariais.
Até ontem, pelo menos uma das medidas já estava praticamente acertada, que é a de promover uma mudança no sistema de cobrança do Imposto de Renda sobre a Pessoa Física com o objetivo de beneficiar principalmente a classe média. A idéia é aumentar o número de alíquotas para poder promover um alívio para aqueles que ganham menos. O objetivo é aumentar a progressividade do IRPF.
Outra medida que também pode ser anunciada é a de eliminar a cobrança do IOF (Imposto sobre as Operações Financeiras) sobre os empréstimos, o que poderia abrir a porta para uma redução das taxas de juros cobradas pelos bancos. A cobrança do IOF sobre o crédito tinha sido adotada no início deste ano para compensar a perda da CPMF.
Uma terceira medida em estudo que tinha sido afastada inicialmente de lado, mas que não está totalmente descartada, seria a de redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incidem sobre os preços dos automóveis.
Um dos setores que mais preocupam o governo atualmente é o automobilístico. As montadoras admitem que a roda do crédito voltou a girar agora em dezembro, mas mais seletiva e a um custo muito mais alto. Ou seja, a um ritmo muito mais lento que antes.
Mas o grande problema do setor, além do crédito, é a forte desaceleração na venda dos carros usados. O carro usado é fundamental na negociação de compra do carro novo. Com essa parada no mercado em outubro, o preço do carro usado diminuiu 25%.
As montadoras acreditam que existam mais de 600 mil carros usados estocados nos pátios das concessionárias, além dos 300 mil novos estocados nas montadoras e nas revendedoras.
Os cálculos das montadoras são que demore uns 60 dias até desovar todo esse estoque. Enquanto isso, a produção de automóveis no país deve sofrer uma forte desaceleração.
A previsão é que em dezembro se produza apenas 30% da média dos últimos meses antes da crise. Para janeiro, a produção não deve passar de 50% da média. A produção dos meses seguintes vai depender do desenrolar da crise.

COMPRA REDUZIDA
A Usiminas reduziu em 12% a compra de minério de ferro prevista para dezembro. O motivo é a antecipação da manutenção do alto-forno 2 da siderúrgica, de junho de 2009 para este mês, em razão do desaquecimento da demanda mundial por aços planos.

TELEFONE
A Nossa Caixa economizou R$ 13 milhões de novembro de 2007 a outubro deste ano com medidas comerciais e de conscientização para o uso racional de recursos de telecomunicação. Em 2009, a Nossa Caixa pretende ampliar as ações já adotadas, aumentando o uso do VoIP para 167 agências que ainda não têm o serviço. Até o fim deste ano, a expectativa é economizar mais de R$ 2,1 milhões.

ANZOL
O ministro da Pesca, Altemir Gregolin, vai assinar hoje, na sede da Eletronuclear, no Rio, convênio de dois anos com o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande, no valor R$ 1,4 milhão, com o objetivo de estimular o crescimento da maricultura no Estado do Rio de Janeiro. Com a verba do governo federal, será possível reequipar o laboratório do instituto e mecanizar o serviço de manejo no mar.

CADEIRA
Silvia Coutinho, diretora-executiva do HSBC, será a nova presidente do Lidem (Grupo de Mulheres Líderes Empresariais). Andrea Aun, da Integration, foi eleita para a vice-presidência . Chieko Aoki, da Blue Tree Hotels, é hoje a presidente do grupo.

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O pior da crise para o mercado publicitário ainda está por vir, de acordo com o "Wall Street Journal". A turbulência econômica vai trazer cortes nos investimentos totais no próximo ano. Estudo da agência Zenith Optimedia, do grupo Publicis, calcula que os gastos com publicidade nos Estados Unidos devem cair 6,2% no ano que vem, para US$ 161,8 bilhões. Mas o desempenho dos mercados emergentes deve segurar um pouco as quedas na América do Norte e na Europa. Entre 2008 e 2011, os emergentes deverão representar 89% do crescimento publicitário e sua participação pode passar de 30% para 36% no período. Deve ocorrer uma redução de 5,7% na América do Norte e de 1% na Europa ocidental. Já os mercados asiáticos e o Leste Europeu poderão crescer cerca de 3,2% e 1,5%, respectivamente. Na América Latina, a progressão deve ficar em cerca de 14,9%.

CUSTO INEVITÁVEL

Os valores pagos por seguros são vistos como um custo inevitável para a maioria das pessoas, segundo pesquisa do Sindiseg-SP (sindicato de seguradoras) com a população de São Paulo neste ano. Para 52% dos entrevistados trata-se de um custo obrigatório. Cerca de 38% dizem que o custo-benefício é positivo e 10% consideram a relação negativa. As cláusulas das propostas são lidas atentamente por 79% e só 5% dizem que não lêem o documento.

MARÉ CHEIA

A Royal Caribbean Cruises, uma das maiores companhias de cruzeiros marítimos do mundo, abre no ano que vem seu escritório no Brasil, em São Paulo. Ricardo Amaral, ex-diretor de marketing da Sun&Sea, atual representante da empresa no país, será o diretor-geral da Royal Caribbean do Brasil. Apesar da retração na venda dos pacotes de cruzeiros no Brasil com a valorização do dólar, Amaral considera o país um mercado promissor. "O custo operacional do Brasil é bem acima do mercado internacional, mas o consumo forte compensa." Para aquecer as vendas durante a crise, a empresa adotou um câmbio fixo de R$ 1,99. "A nossa meta é embarcar 100 mil passageiros a partir do Brasil em 2009."

CANTEIRO DE OBRAS

As obras da usina de Santo Antônio já contam com mais de 1.300 trabalhadores. Cerca de 90% deles são de Porto Velho e foram capacitados pelo programa Acreditar, criado pela Odebrecht para treinar a mão-de-obra local para o projeto. Hoje, já se produzem 10 mil metros cúbicos de rocha no local e 15 mil metros cúbicos de escavação de solo.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI

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