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Freada dos preços no atacado segura inflação
DA SUCURSAL DO RIO
Se o Banco Central tivesse
olhado apenas para o comportamento recente de inflação,
sua opção seria cortar a taxa básica de juros, segundo especialistas. É que todos os índices
mostram uma firme desaceleração na esteira da queda das
commodities e do enfraquecimento da demanda.
Ontem, a primeira prévia do
IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado) registrou alta de
0,14%, muito abaixo do 0,80%
de igual período de novembro.
O índice cedeu graças especialmente à freada dos preços
no atacado, que subiram apenas 0,04% na parcial deste mês,
com queda dos produtos industriais (-0,15%).
No começo da semana, o
IGP-DI já havia sinalizado a
mesma tendência: o índice cedeu de 1,09% em outubro para
0,07% em novembro, segundo
a FGV. A perda de fôlego foi puxada pelo recuo tanto das commodities no atacado como dos
preços industriais.
Mesmo ao consumidor, os
preços já mostram arrefecimento. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) cedeu de 0,45% em outubro para
0,36% em novembro -taxa que
surpreendeu todas as expectativas. A variação menor ocorreu devido à desaceleração de
alimentos e bens duráveis.
No IPCA, índice que baliza as
metas de inflação do governo, o
grupo alimentação recuou de
0,69% em outubro para 0,61%
em novembro.
Para Francis Kinder, da Rosenberg & Associados, é clara a
tendência de contração da demanda interna. Tal cenário, diz,
possibilita a queda dos preços
industriais e permite, em tese,
ao BC reduzir os juros.
Para Flávio Castello Branco,
da CNI (Confederação Nacional da Indústria), há um quadro
mais favorável de inflação e sinais claros de redução do nível
de atividade econômica -como
a queda da produção da indústria e a menor confiança de empresários e de consumidores.
Tal ambiente, diz, permite o recuo da taxa. A única dúvida, segundo ele, é o câmbio.
Na visão do economista Luiz
Roberto Cunha, da PUC do Rio
de Janeiro, a instabilidade gerada pela forte oscilação do
câmbio leva a uma posição de
cautela do Banco Central.
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