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Câmara dos EUA aprova plano de resgate a montadoras de US$ 14 bi
Proposta de ajuda agora vai para o Senado, onde deve enfrentar resistências
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Depois de 48 horas de negociações com a Casa Branca sobre o texto da lei de resgate das
gigantes automotivas GM e
Chrysler, a Câmara dos Representantes dos EUA votou e
aprovou com facilidade a medida na noite de ontem. A legislação segue agora para o Senado,
onde deverá enfrentar oposição de republicanos.
O texto final da lei oferece
empréstimos emergenciais de
curto prazo de até US$ 14 bilhões para a GM e a Chrysler
-o dinheiro pode ser disponibilizado já na semana que vem.
Em troca, as empresas dariam
ao Departamento do Tesouro
garantias para um equivalente
em ações de 20% do valor emprestado. A Ford, também na
linha de frente das negociações,
afirmou que não precisa do empréstimo por enquanto, preferindo abrir uma linha de crédito federal.
O valor final é menos da metade dos US$ 34 bilhões pedido
pelas montadoras. O rascunho
da lei enviado por democratas à
Casa Branca na segunda-feira
previa um teto de US$ 15 bilhões em empréstimos.
A verba será proveniente de
fundos previamente aprovados
para ajudar montadoras a reformarem suas fábricas e produzirem veículos "ecológicos",
com maior eficiência de combustível. Ironicamente, o texto
aprovado eliminou, por exigência da Casa Branca, uma demanda inicial para que as automotivas desistissem de processos contra elevação de padrões
antipoluentes.
A lei também prevê que o
presidente George W. Bush designará imediatamente um
"czar" para supervisionar o empréstimo e a restruturação das
empresas. Sob orientação do
"czar", as gigantes automotivas
têm até 31 de março para cortar
custos, renegociar dívidas e obter concessões de trabalhadores em volume suficiente para
relatar um "valor geral presente positivo". Além disso, ficam
barrados o pagamento de dividendos a acionistas e de bônus
a executivos.
Com o apoio dos líderes democratas, a lei foi aprovada na
Câmara por 237 a 170. Agora, o
futuro da proposta está nas
mãos do Senado.
Na tarde de ontem, senadores republicanos contrários à
medida, incluindo o conservador Richard Shelby (Alabama),
disseram que pretendem barrar a aprovação. "A lei não vai
ajudar as montadoras a se tornarem competitivas. Vai apenas adiar seu funeral."
"O dinheiro dos contribuintes vai ser desperdiçado",
acrescentou o republicano
John Ensign (Nevada). "Se os
CEOs dessas empresas não
conseguiram gerenciá-las bem,
como podemos esperar que um
"czar" ou político saiba tomar as
melhores decisões para seus
negócios agora?"
Apesar das dificuldades, o líder democrata no Senado,
Harry Reid, disse esperar que o
plano fosse aprovado no Senado até o final desta semana.
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