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Vendas de veículos mantêm ritmo de queda em dezembro
Mercado contraria expectativa da indústria e sofre declínio de 7% em dezembro
Como medida emergencial, montadoras realizam feirões e subsidiam taxas de juros; para concessionário, venda só terá alta em março
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao contrário das expectativas da indústria automotiva, as
vendas de veículos seguem em
declínio. Na primeira semana
deste mês, foram emplacadas
41.344 unidades no país -entre
automóveis, caminhões e ônibus-, contra 44.799 unidades
na primeira semana de novembro, queda de 7,7%, segundo
dados obtidos pela Folha.
Para tentar reverter a trajetória de queda, as montadoras
recorrem aos feirões e oferecem taxas de juros subsidiadas
e prazos mais longos.
A GM, por exemplo, realizou
quatro feirões consecutivos
nos últimos finais de semana,
desde o dia 15 de novembro.
Em tempos normais, a montadora promove um feirão a cada
dois meses, segundo o gerente
regional de marketing e vendas
da montadora, Rodrigo Rumi.
"Fizemos uma ação de varejo
muito forte para trazer o consumidor de volta. É uma medida de emergência", diz. De
acordo com ele, o fluxo de pessoas na rede da GM aumentou
25% entre as primeiras semanas de novembro e dezembro.
"Esse é um indicativo de que o
mercado está começando a se
reaquecer. As pessoas voltaram
pelo menos a pesquisar."
As concessionárias também
sacrificam seus lucros para
atrair clientela e se livrar dos
altos níveis de estoques. O gerente de vendas da Sonnervig
(concessionária Ford), Ramon
Valadares Carmina, disse que a
rede teve de abrir mão de até
50% da margem sobre alguns
modelos para turbinar as vendas e reduzir o volume de carros estacionados nos pátios.
Ainda assim, o presidente da
Fenabrave (associação das
concessionárias), Sérgio Reze,
prevê que as vendas só devem
apresentar resultado positivo
no país a partir de março.
Ford
As incertezas sobre o desempenho do mercado automotivo
no país após o recrudescimento
da crise global levaram a Ford a
atrasar a elaboração de seu orçamento para 2009. Se, em geral, o planejamento anual de
vendas, gastos e investimentos
da montadora fica pronto entre
setembro e outubro, neste ano
a Ford deixou para aprová-lo
somente na segunda metade de
dezembro.
"Todos evitam fazer prognósticos para 2009. Se você sabe que haverá queda, a notícia é
ruim, mas, ao menos, você consegue se planejar. Ocorre que
temos vários cenários possíveis. Desde que comecei no setor automotivo, nunca vi tanta
incerteza", disse ontem o presidente da Ford para o Brasil e
Mercosul, Marcos de Oliveira.
Segundo ele, apesar da necessidade de reduzir a produção por conta da queda nas vendas, a montadora manterá seu
plano de investimentos até
2011, de R$ 3 bilhões.
"Se deixarmos de investir, ficaremos em uma posição desfavorável quando o mercado
voltar a se aquecer", afirma.
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