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Commodities levam Bolsa a maior nível em um mês
Bovespa sobe 2,7%, a 39 mil
pontos; dólar cai a R$ 2,431
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia da última reunião do
Copom de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou
com ganhos, apoiada mais uma
vez nas companhias ligadas às
commodities. A Bovespa se
afastou de seu pico no dia
-chegou a subir 4,69%-, mas
se manteve em alta mesmo
com a perda de fôlego em Wall
Street e encerrou as operações
com valorização de 2,73%.
O dólar cedeu em mais um
dia de atuações do Banco Central. A moeda norte-americana
registrou baixa de 1,62% diante
do real no fim dos negócios do
dia, cotada a R$ 2,431.
Os resultados nos mercados
acionários lá fora foram menos
fortes. O índice Dow Jones, que
reúne as ações americanas de
maior liquidez, subiu 0,81%. A
Bolsa de Frankfurt ganhou
0,54%; Londres recuou 0,32%.
O índice Ibovespa, das 66
ações mais negociadas, fechou
ontem aos 39.004 pontos, o
mais alto patamar desde os
40.254 pontos de 4 de novembro. Em sua máxima histórica,
alcançada em maio passado, o
Ibovespa cravou 73.516 pontos.
A pontuação das Bolsas de Valores oscila com o sobe-e-desce
do valor das ações. Se as companhias se desvalorizam, a
pontuação recua. E vice-versa.
Desde seu pico, o Ibovespa
tem depreciação de quase 47%.
"A Bovespa é muito ligada ao
desempenho das commodities
e foi o que pesou hoje [ontem].
Nesses dias, têm favorecido
também as expectativas em
torno da ajuda às montadoras
nos EUA", diz Hersz Ferman,
economista da UM Investimentos. "Os investidores têm
aproveitado as oportunidades
de compra que há na Bolsa.
Mas, mesmo com a melhora
que temos visto, vai ser difícil a
Bolsa retomar os seus picos",
avalia o economista.
Os papéis de Petrobras e das
siderúrgicas e mineradoras foram o destaque de ontem, embalados pela alta do petróleo e
das commodities metálicas no
mercado internacional.
O fortalecimento das commodities começou a se destacar
após o presidente eleito dos
EUA, Barack Obama, anunciar
um ambicioso plano de investimento em infra-estrutura.
A ação ordinária da Petrobras encerrou o pregão no topo
dos ganhos, com apreciação de
10,16%, aos R$ 26,66. Em seu
pico, em maio, o papel chegou a
ser negociado acima de R$ 62.
A ação preferencial da estatal
subiu 9,09% ontem.
O petróleo subiu mesmo com
a elevação dos estoques de gasolina e destilados nos EUA. O
mercado trabalha com a expectativa de que a Opep realizará
uma redução na produção de
petróleo nos próximos dias.
No setor de siderurgia e mineração, altas expressivas foram registradas por CSN ON
(6,71%), Vale PNA (6,66%) e
Usiminas PNA (4,19%).
O papel ON da Positivo teve
mais um pregão de valorização.
Com alta de 16% ontem, o papel
já se apreciou em 119,8% na semana, impulsionado pela expectativa de venda da empresa.
Ação no câmbio
O Banco Central voltou a agir
com maior vigor ontem. Além
de realizar dois leilões para
vender dólares, ofertou contratos de "swap cambial", que pagam a variação do câmbio. Os
contratos de "swap", que eram
destinados à rolagem de títulos
que vencem no início de 2009,
movimentaram US$ 3 bilhões.
Ontem o BC divulgou que as
entradas de recursos no país
superaram as saídas em US$ 7
milhões na primeira semana do
mês. Mesmo que a cifra não seja muito expressiva, representou uma virada na tendência
notada nas últimas semanas
-em novembro, o fluxo ficou
negativo em US$ 7,159 bilhões.
O dólar acumula valorização
de 36,80% no ano.
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