São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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Commodities levam Bolsa a maior nível em um mês

Bovespa sobe 2,7%, a 39 mil pontos; dólar cai a R$ 2,431

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia da última reunião do Copom de 2008, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou com ganhos, apoiada mais uma vez nas companhias ligadas às commodities. A Bovespa se afastou de seu pico no dia -chegou a subir 4,69%-, mas se manteve em alta mesmo com a perda de fôlego em Wall Street e encerrou as operações com valorização de 2,73%.
O dólar cedeu em mais um dia de atuações do Banco Central. A moeda norte-americana registrou baixa de 1,62% diante do real no fim dos negócios do dia, cotada a R$ 2,431.
Os resultados nos mercados acionários lá fora foram menos fortes. O índice Dow Jones, que reúne as ações americanas de maior liquidez, subiu 0,81%. A Bolsa de Frankfurt ganhou 0,54%; Londres recuou 0,32%.
O índice Ibovespa, das 66 ações mais negociadas, fechou ontem aos 39.004 pontos, o mais alto patamar desde os 40.254 pontos de 4 de novembro. Em sua máxima histórica, alcançada em maio passado, o Ibovespa cravou 73.516 pontos. A pontuação das Bolsas de Valores oscila com o sobe-e-desce do valor das ações. Se as companhias se desvalorizam, a pontuação recua. E vice-versa.
Desde seu pico, o Ibovespa tem depreciação de quase 47%.
"A Bovespa é muito ligada ao desempenho das commodities e foi o que pesou hoje [ontem]. Nesses dias, têm favorecido também as expectativas em torno da ajuda às montadoras nos EUA", diz Hersz Ferman, economista da UM Investimentos. "Os investidores têm aproveitado as oportunidades de compra que há na Bolsa. Mas, mesmo com a melhora que temos visto, vai ser difícil a Bolsa retomar os seus picos", avalia o economista.
Os papéis de Petrobras e das siderúrgicas e mineradoras foram o destaque de ontem, embalados pela alta do petróleo e das commodities metálicas no mercado internacional.
O fortalecimento das commodities começou a se destacar após o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciar um ambicioso plano de investimento em infra-estrutura.
A ação ordinária da Petrobras encerrou o pregão no topo dos ganhos, com apreciação de 10,16%, aos R$ 26,66. Em seu pico, em maio, o papel chegou a ser negociado acima de R$ 62. A ação preferencial da estatal subiu 9,09% ontem.
O petróleo subiu mesmo com a elevação dos estoques de gasolina e destilados nos EUA. O mercado trabalha com a expectativa de que a Opep realizará uma redução na produção de petróleo nos próximos dias.
No setor de siderurgia e mineração, altas expressivas foram registradas por CSN ON (6,71%), Vale PNA (6,66%) e Usiminas PNA (4,19%).
O papel ON da Positivo teve mais um pregão de valorização. Com alta de 16% ontem, o papel já se apreciou em 119,8% na semana, impulsionado pela expectativa de venda da empresa.

Ação no câmbio
O Banco Central voltou a agir com maior vigor ontem. Além de realizar dois leilões para vender dólares, ofertou contratos de "swap cambial", que pagam a variação do câmbio. Os contratos de "swap", que eram destinados à rolagem de títulos que vencem no início de 2009, movimentaram US$ 3 bilhões.
Ontem o BC divulgou que as entradas de recursos no país superaram as saídas em US$ 7 milhões na primeira semana do mês. Mesmo que a cifra não seja muito expressiva, representou uma virada na tendência notada nas últimas semanas -em novembro, o fluxo ficou negativo em US$ 7,159 bilhões.
O dólar acumula valorização de 36,80% no ano.


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