São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

TÁ FORA
A Anfavea comunicou a Abimaq que não vai participar do próximo Agrishow. A entidade entende que o evento deve ser feito apenas de dois em dois anos. A indústria de tratores e de colheitadeiras tem grande peso nesse evento.

SETOR DIFERENCIADO
A crise financeira mundial trouxe à silvicultura os mesmos problemas dos demais setores da economia: falta de crédito e incertezas de mercado. O cenário, no entanto, é bastante favorável à indústria brasileira. É a avaliação de representantes de indústrias e de produtores no seminário "Madeira 2008", que se realiza em Porto Alegre.

OPORTUNIDADES
A Suzano, uma das principais desse setor, montou um comitê da crise, do qual saem avaliações diárias sobre a situação. Mas não pisou no freio e mantém os investimentos programados. João Comério, diretor-executivo da empresa, diz que os investimentos de agora, que ocorrem principalmente na expansão da área de plantio, vão permitir participação maior no mercado mais adiante.

FUSÕES
O executivo da Suzano acredita que esse é um setor onde haverá muita fusão e aquisição, tanto aqui como lá fora. "Muitos vão sair dessa crise destruídos, mas outros, fortalecidos", diz ele. Indagado se a Suzano já saiu às compras, Comério apenas disse que "estamos abertos às oportunidades".

ATÉ MELHOROU
O desdobramento dessa crise é imprevisível, mas a situação até está melhorando neste mês. A celulose, que estava a US$ 750 por tonelada antes da crise, caiu para US$ 450 , mas já voltou a US$ 550 devido à maior demanda na China. O executivo deixa claro, no entanto, que essa melhora pode ter sido apenas uma demanda esporádica de final de ano ou reposição de estoques.

LEGISLAÇÃO
A sueco-finlandesa StoraEnso também manteve os investimentos em plantio no Rio Grande do Sul e já atinge 20 mil hectares de eucalipto. O objetivo é chegar a 100 mil. Mas, no caso dessa multinacional, não é só a crise que dificulta o cenário, mas a indefinição da lei sobre as compras de terras por estrangeiros nas áreas fronteiriças.

OBSERVAÇÃO
João Fernando Borges, diretor florestal da StoraEnso, diz que "o momento é de observação". A continuidade do investimento no Brasil está condicionada à possibilidade de a empresa adquirir terras para o plantio.

SUBIDA NO RANKING
O Brasil, que era o sexto no ranking mundial na produção de celulose em 2007, já ocupa a quarta posição e, se todos os investimentos de US$ 22 bilhões programados forem executados, o país deverá assumir a segunda posição em 2018. A avaliação é de Felipe Volcato Ruppenthal, analista da Geração Futura.

FORTALECIDO
O Brasil sairá fortalecido dessa crise, segundo Carlos Alberto Farinha e Silva, da Poyry Tecnologia. O consumo do setor deve continuar aquecido, a competitividade brasileira é bem superior à dos países nórdicos e a valorização do dólar eleva a margem das empresas.


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