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Cobrança antecipada do ICMS é ampliada em SP
Mais setores pagarão no início da cadeia produtiva
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembléia Legislativa de
São Paulo aprovou ontem (45
votos a favor e 15 contra), o projeto de lei do governador José
Serra (PSDB) que estende para
vários setores a cobrança antecipada do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços), conhecida como
substituição tributária.
Essa nova forma de tributação, na qual os setores recolhem o ICMS no início da cadeia produtiva (pela indústria
ou pelo atacadista), passa a valer agora para os setores eletroeletrônico (eletrônicos e
eletrodomésticos), materiais
elétricos, máquinas (aparelhos
mecânicos, elétricos, eletromecânicos e automáticos), artefatos de uso doméstico, artigos de
papelaria, bicicletas, produtos
de colchoaria, ferramentas,
brinquedos e instrumentos
musicais. O setor ótico, incluído inicialmente no texto original, foi excluído do regime.
O governo paulista, que já
adota esse regime tributário
para 13 setores desde março
deste ano, entende que a substituição tributária é uma forma
de combater a sonegação fiscal.
A cobrança antecipada de
ICMS em 13 setores aumentou
em R$ 2,03 bilhões a arrecadação do ICMS no Estado de São
Paulo, conforme antecipou à
Folha Mauro Ricardo Costa,
secretário estadual da Fazenda.
Esse valor foi recolhido de
março a setembro deste ano e
surpreendeu o governo, que
previa elevar em cerca de R$
560 milhões neste ano a receita
com aqueles setores. Segundo o
secretário, esses R$ 2,03 bilhões que entraram no caixa do
governo eram sonegados.
Deputados da oposição informaram à Folha que representantes dos empresários passaram os últimos três dias tentando retardar a votação do
projeto. Por meio de um acordo com as lideranças da Assembléia Legislativa, os empresários conseguiram incluir
uma alteração no texto aprovado que prevê que "a definição
dos produtos sujeitos ao regime de substituição tributária
será precedida de consultas à
Fiesp (federação das indústrias
paulistas), à Fecomercio (federação estadual do comércio), à
ACSP (Associação Comercial
de São Paulo) e a outras entidades representativas dos setores
econômicos afetados, a critério
da Secretaria da Fazenda, e levará em conta fatores como a
concentração de produção, dispersão de comercialização,
particularidades das cadeias de
produção e distribuição e tratamento auferido em outras unidades da federação".
As entidades empresariais
criticam a cobrança antecipada. Para elas, quem faz promoção no ponto-de-venda acaba
pagando proporcionalmente
mais imposto do que quem não
faz, situação que pode "engessar" políticas de promoções.
Ao saber da exclusão do setor
ótico dessa forma de cobrança
antecipada do ICMS, empresários de outros setores reagiram: "Se o ótico está fora, brinquedos e instrumentos também devem ficar", afirma
Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq -associação
dos fabricantes de brinquedos.
"Pedimos para ser excluídos
porque nossos produtos são
um dos mais pirateados e sofrem dumping com armações
chinesas", diz Bento Alcoforado, presidente da Abiótica (associação do setor ótico).
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