São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crescimento da aviação em 2008 e 2009 será menor, prevê Anac

Crise afeta demanda, mas concentração no mercado doméstico ajudará aéreas

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

A crise econômica global levou a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a revisar a previsão de crescimento do fluxo de passageiros no setor em 2009. A estimativa anterior, de 8%, foi reduzida para entre 3% e 5%, diz a diretora-presidente da agência, Solange Vieira.
Segundo ela, a queda na intensidade do movimento neste semestre levou a agência a trabalhar com um número mais modesto também para 2008.
A expectativa de expansão para este ano, que era de 8% a 10%, passou para 7%. Se confirmada, o número de passageiros no ano será de 54,6 milhões, contra 51 milhões em 2007.
"Isso já é resultado da crise. Mas nossas companhias estão com folga financeira para passar por esse período", afirma.
Ela ressaltou ainda que as empresas aéreas nacionais têm, em média, 80% de seu faturamento vinculado ao mercado doméstico e, portanto, não são tão afetadas pela queda no movimento para o exterior.
Vieira descarta a possibilidade de um novo caos aéreo no país. Ela disse que a proporção de vôos com atrasos superiores a 30 minutos caiu de 27,7% no quatro trimestre do ano passado para 14,5% no atual trimestre. Já a taxa de cancelamento de vôos passou de 5,8% para 2,8% no mesmo período.
Segundo ela, a agência aumentará a fiscalização nos aeroportos no período entre 19 de dezembro e 7 de janeiro, quando passagens de vôos com mais de duas horas de atraso serão endossadas por outras aéreas.
O especialista em transporte aéreo Respício Espírito Santo, que preside o Cepta (Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo), considera que as empresas "terão que buscar maior eficiência das aeronaves e de seus funcionários". Ele vê, contudo, oportunidade para empresas capitalizadas se beneficiarem da queda no preço dos combustíveis.
Ao mesmo tempo, a disputa pelo consumidor deve se acirrar. "Temos uma nova empresa [Azul] chegando ao mercado e outras recebendo aeronaves."


Texto Anterior: Itália entra oficialmente em recessão
Próximo Texto: Embraer corta estágios e terceirizados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.