Distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste compram energia em dólar

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alta do dólar vai inflar o reajuste das tarifas de energia elétrica ano que vem. A moeda norte-americana influi na conta de luz por conta da energia comprada da hidrelétrica Itaipu. As distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste compram, compulsoriamente, a energia dolarizada vendida pela usina binacional.
"O prognóstico não é bom para o próximo ano", disse Jerson Kelman, diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em audiência pública no Senado, Kelman fez uma simulação do impacto da alta do custo da energia comprada de Itaipu para os consumidores da distribuidora Elektro, que atua no interior de São Paulo, e concluiu que só a compra da energia dolarizada vai elevar o tarifa em 5%.
O diretor-geral da Aneel explicou que fez um cálculo com uma premissa conservadora, considerando que, na data de reajuste da Elektro (agosto do ano que vem) o dólar estará cotado a R$ 2,20. No último reajuste da distribuidora, em agosto deste ano, a Aneel considerou o dólar cotado a R$ 1,57. Kelman explicou que, além da alta da moeda norte-americana, que encarece a energia de Itaipu, o próprio preço em dólar da energia da hidrelétrica foi reajustado em 8,7%.
Além disso, o diretor-geral da Aneel informou que será feita uma redução de aproximadamente 400 MW (megawatts) médios na quantidade de energia que Itaipu poderá vender. Como a receita gerada pela venda da energia de Itaipu tem que se manter para pagar o financiamento da usina, o valor da energia aumenta.
A tarifa também sofre impacto do aumento do IGP-M, que corrige parte da tarifa. Nos últimos 12 meses até novembro, o índice subiu 11,88%.


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