São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Uso de amianto divide fabricantes de fibra

Empresários da indústria de fibrocimento, que produzem materiais como telhas e caixas-d'água, estão tentando impedir a aprovação do projeto de lei 917, que pode alterar a atual proibição do uso do amianto no Estado de São Paulo.
A Abifibro -que reúne indústrias e distribuidores de produtos de fibrocimento- já enviou a todos os deputados do Estado trabalhos elaborados pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo e pelo Banco Mundial que apontam riscos do uso do amianto na fabricação de fibras e seu potencial cancerígeno.
O amianto já foi banido por uma lista de cerca de 50 países da qual o Brasil não participa, mas São Paulo tem legislação própria que impede o uso.
"Esse projeto não tem sentido, pois, na verdade, ele quer acabar com a eficácia da lei paulista e dar continuidade ao uso do amianto. A indústria já tem tecnologia e está adaptada para produzir fibras alternativas", diz João Carlos Duarte Paes, presidente da Abifibro. Brasilit, CSN e Braskem são alguns associados da entidade.
O deputado Waldir Agnello (PTB-SP), autor do projeto, não respondeu às ligações da Folha até o fechamento desta edição.
Ainda há três fabricantes que utilizam amianto no Estado por meio de liminar. Um deles, a Confibra, que espera que o projeto seja votado antes do fim deste ano, afirma que o custo das fibras alternativas pode encarecer o produto final em 40%. "O nosso público-alvo é a baixa renda", diz Franklin Fioroti, gestor de segurança do trabalho da Confibra.
A Secretaria da Saúde paulista realizou neste mês uma operação em lojas de material de construção suspeitas de comercializar produtos com amianto. Dos 79 estabelecimentos inspecionados, 54 vendiam materiais à base do produto. As mercadorias foram interditadas, e a venda, suspensa.

A indústria já tem tecnologia e está adaptada para produzir fibras alternativas
JOÃO CARLOS PAES
presidente da Abifibro

O custo das fibras alternativas pode encarecer o produto final em 40%
FRANKLIN FIOROTI
gestor da Confibra

NOVA COMMODITY 1
Sai hoje no "Diário Oficial da União" a resolução da ANP que torna obrigatória, a partir de setembro de 2010, a utilização do termo etanol, em substituição a álcool, nos postos de combustíveis.

NOVA COMMODITY 2
Com a medida, avança mais um passo a campanha liderada há anos pelos empresários brasileiros do setor para que o produto seja tratado como commodity e assim negociado no mercado internacional. Nas suas propagandas, as distribuidoras já têm empregado essa nova nomenclatura.

NOVA COMMODITY 3
Ontem, foi publicada a norma que reduz o teor de enxofre presente na gasolina dos atuais 1.000 ppm (partes por milhão) para 50 ppm. O combustível, menos poluente, entrará no mercado brasileiro em 1º de janeiro de 2014, obedecendo às diretrizes do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). A partir dessa data, toda a gasolina comercializada no país também precisará ser aditivada.

ALTO-MAR 1
Em novembro, pela primeira vez em dois anos de operação, a Portonave Terminais Portuários de Navegantes recebeu mais produtos vindos de fora do país do que enviou. A diferença, de 462 contêineres, foi reflexo da desvalorização do dólar, que impulsionou as encomendas de Natal e final de ano. Na comparação com as importações do mesmo período de 2008, o aumento no mês foi de 143%. Os EUA lideram as importações.

ALTO-MAR 2
A Santos Brasil, que opera um dos maiores terminais de contêineres da América do Sul, no porto de Santos, entre outros terminais portuários e de logística, investirá R$ 20 milhões em um projeto para reduzir emissões de carbono até 2020. A meta de redução é de 36,1% a 38,9%. Haverá substituição do diesel dos caminhões por gás e uso de energia elétrica em equipamentos.

NA TERRA
A Cielo (ex-VisaNet) acaba de lançar o Agro Electron, modalidade de pagamento em débito focada em produtores rurais. A empresa já havia lançado, há um ano, o Agrocard, modalidade em crédito especializada no setor, que registrou em novembro seu recorde para uma transação. Com tíquete médio de R$ 40 mil, a transação recorde no Agrocard alcançou R$ 9.999.999. Só não foi de R$ 10 milhões porque o sistema de informática não aceita a quantidade de casas numéricas, diz Rômulo Dias, presidente da empresa. Em parceria com o Banco do Brasil, o Agrocard é uma linha de crédito pré-aprovada ao produtor para comprar insumos e equipamentos agrícolas.

FINANCEIROS
O engenheiro Andrew Frank Storfer assume em 1º de janeiro de 2010 a presidência da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Ele e a nova diretoria tomarão posse em solenidade marcada para o dia 15 deste mês. Storfer ainda é bacharel em administração de empresas e possui especialização em economia e um MBA.

NOVO LÍDER 1
A CBCDE (Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico) também está mudando de comando. Toma posse, hoje, o seu novo presidente, o empresário Fernando Ou, com a missão de ajudar a aumentar o fluxo comercial entre os dois países. A entidade reúne atualmente mais de uma centena de empresas.

NOVO LÍDER 2
Vender matérias-primas -produtos agrícolas e para construção- ainda é a maior oportunidade para os empresários brasileiros nessa balança comercial, diz Ou. No entanto, quem está abrindo fábricas na China, como os calçadistas, consegue se dar bem.

SELEÇÃO
Segundo estudo realizado pela consultoria em recursos humanos DBM, cresceu 68% entre julho e setembro de 2009, na comparação com o mesmo período do ano passado, a demanda por executivos para atuarem como caça-talentos. Assim, a área de gestão de pessoas foi a quarta que mais abriu vagas no terceiro trimestre deste ano -na média histórica, ficava no máximo em décimo lugar.

EMPREGO
A Robert Half, multinacional americana especializada em recrutamento de executivos, vai abrir seleção para "headhunters". A empresa pretende aumentar em mais de 50% seu número de funcionários em 2010.

com JOANA CUNHA e DENYSE GODOY



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