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Reação dos investimentos é destaque do PIB
Consumo das famílias mantém alta, e empresários voltam a investir em linhas de produção, veículos e instalações
Apesar de melhora sobre 2º trimestre, investimentos caíram 12,5% em relação
ao 3º trimestre de 2008 e
são apenas 17,7% do PIB
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Na toada da melhora da economia, os empresários já retomam, aos poucos, o otimismo e
os investimentos em suas linhas de produção, em suas frotas de veículos, em instalações
e em outros empreendimentos,
mostram os dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados
ontem.
Segundo o IBGE, os investimentos produtivos cresceram
6,5% do segundo para o terceiro trimestre deste ano nos cálculos livres de influências sazonais. Foram o principal destaque positivo do PIB, graças ao
avanço da produção doméstica
de máquinas e equipamentos
-já que as importações desses
bens ainda estão lentas.
"Essa é, sem dúvida, a melhor
notícia do PIB", diz Sérgio Vale,
economista da MB Associados.
É boa, diz, porque sinaliza que
daqui em diante a recuperação
da economia tende a se acelerar
e a ganhar corpo com os investimentos em curso em aumento de capacidade instalada de
produção, o que afasta também
o risco de escassez de produtos
e de consequente inflação.
Apesar da melhora recente,
os investimentos na economia
do país sentem ainda o baque
da crise e nem de longe repetem o bom desempenho visto
antes de setembro de 2008,
quando a turbulência financeira se instalou com força.
Ante o terceiro trimestre de
2008, os investimentos caíram
12,5%. Como proporção do
PIB, corresponderam a 17,7%
no terceiro trimestre deste ano,
a menor taxa de investimento
desde igual período de 2006.
Para Vale, o país tem condições, porém, de sustentar níveis mais altos nos próximos
anos, e o crescimento agora já
sinaliza tal tendência.
Segundo Rebeca Palis, gerente das Contas Trimestrais do
IBGE, a aceleração dos investimentos em relação ao segundo
trimestre ocorreu especialmente por causa da produção
de máquinas e equipamentos
-o que indica um melhor perfil
de expansão, baseada na ampliação de capacidade.
Juan Jensen, da Tendências,
diz que a reação dos investimentos já era esperada e é um
"sinal positivo e importante"
para uma recuperação mais firme da economia em 2010.
Já Virene Matesco, economista da FGV, prefere dar destaque para a queda em relação a
2008 e diz que o resultado comprometerá o avanço da economia no ano que vem.
"Com essa queda, a economia brasileira em 2010 crescerá devido ao nível de ociosidade
da atividade econômica, comprometendo, dessa forma, o vigor e a sustentabilidade do
crescimento esperado para o
ano que vem", afirma.
Lastro no consumo
O consumo das famílias
-que desde o início da crise
evitou quedas maiores do
PIB- cresceu 2% na comparação com o segundo trimestre.
Foi impulsionado por expansão da massa salarial, retomada
do crédito e desoneração de
veículos e eletrodomésticos.
Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias teve alta de
3,9%. Nessa comparação, foi o
principal destaque do PIB.
(PEDRO SOARES E GUSTAVO PATU)
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